Ministro da Saúde debate eficácia de remédio chinês no combate ao câncer

O medicamento chinês asparaginase, importado pelo governo brasileiro para tratamento de leucemia infantil, foi tema da Audiência Pública na Comissão de Defesa do Consumidor nesta quarta-feira (10/05), com a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros. O debate foi pedido pelo deputado Aureo, após denúncias da imprensa, que colocaram em dúvida a eficácia do remédio. Cerca de quatro mil pacientes, em sua maioria crianças e adolescentes, recebem o medicamento pelo SUS. Porém, desde 2010, o Ministério da Saúde vem enfrentando problemas na importação do produto.
10/05/2017 18h55

Billy Boss

Ministro da Saúde debate eficácia de remédio chinês no combate ao câncer

Ministro da Saúde, Ricardo Barros, em debate sobre a asparaginase

O ministro afirmou que a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto Nacional de Qualidade em Saúde, já realizou testes que comprovam a eficácia do medicamento chinês. “O remédio pode ser usado com tranquilidade; a Fiocruz entregou os testes e disse que são satisfatórios dentro de sua especificação", disse o ministro.

Segundo ele, a fabricação da asparaginase vem sofrendo descontinuação, porque alguns laboratórios deixaram de produzi-la, fazendo com que o governo fosse obrigado a uma compra em caráter emergencial para evitar desabastecimento. Além disso, a importação vinha sendo feita de outros laboratórios por um preço maior e sem respaldo jurídico. “A empresa chinesa ofereceu o menor preço, por um produto que tem a mesma eficácia que outros equivalentes. Não há nada de excepcional nesse processo, a não ser o fato de que, até então, o Ministério da Saúde estava comprando, com dispensa de licitação, de um laboratório que também não tinha registro da Anvisa", disse Ricardo Barros.

O ministro destacou ainda que o laboratório chinês vendedor da licitação, além de ofertar o menor preço, oferece vantagens em relação alguns dos concorrentes, que não teriam registro ou certificado de boas práticas no país de origem. A asparaginase chinesa também é usada por Honduras, Peru. Índia e Paraguai, sem registros para sua contraindicação.