O diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Daniel Ricardo Cerqueira afirmou há pouco que existe “praticamente um consenso" nos meios acadêmicos internacionais sobre a correlação positiva entre o número de armas de fogo e homicídios. “Quanto mais armas, mais homicídios”, resumiu.

Cerqueira liderou alguns estudos sobre o tema no Brasil e constatou que, em média, “a cada 1% a mais no número de armas de fogo em uma cidade, a taxa de homicídios chega a aumentar 2%”. Além disso, o aumento ou a diminuição do número de armas, segundo ele, não gera qualquer efeito sobre os crimes com motivação econômica. “Portanto, é uma lenda pensar que o cidadão com armas de fogo em casa vai dissuadir os criminosos” alertou.

Estatuto do Desarmamento
O diretor do Ipea participa de audiência pública sobre o impacto do Estatuto do Desarmamento na demanda por armas no Brasil. O encontro começou há pouco na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

O Estatuto do Desarmamento, criado pela Lei 10.826/03, proíbe cidadãos civis de terem porte de arma. A exceção é para os casos em que a pessoa comprove estar sofrendo ameaça à vida. Mesmo assim, o porte pode ser cassado a qualquer momento se a pessoa com autorização andar armada e embriagada ou sob o efeito de drogas.

Reportagem - Carolina Pompeu
Edição - Dourivan Lima