Petrobras confirma investimento de R$ 400 bilhões nos próximos quatro anos

Parlamentares, empresários, integrantes de governos e representantes de trabalhadores fizeram mais uma reunião nesta quarta-feira, 12 de agosto, para propor alternativas para demissões por estaleiros e outros impactos negativos da Operação Lava Jato.
25/03/2011 16h10

Parlamentares, empresários, integrantes de governos e representantes de trabalhadores fizeram mais uma reunião nesta quarta-feira, 12 de agosto, para propor alternativas para demissões por estaleiros e outros impactos negativos da Operação Lava Jato.

 

O chefe de gabinete do presidente da Petrobras, Armando Toledo, afirmou durante o encontro que está mantida a projeção de investimento de R$ 400 bilhões pela empresa nos próximos quatros anos. “É mais do que a soma de investimentos de todos os estados do País”, destacou.

“Mesmo de forma enxugada, a Petrobras vai investir muito dinheiro, que vai ser distribuído de forma correta, sem superfaturamento, propina; o dinheiro vai ser aplicado nas finalidades e isso gera um resultado fantástico”, disse Toledo. Segundo ele, corrigir os motivos que causaram a “desgraça” na empresa é “problema do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça”.

De acordo com Toledo, a Petrobras vai buscar parcerias, inclusive com outros países interessados, para ajudar a cumprir com os objetivos da empresa. “A maior dívida corporativa do mundo tem que ser cuidada, e, para isso, é necessário trazer parceiros”, salientou. “Nem todos os objetivos anteriormente desenhados serão levados adiante, porque alguns projetos precisam de dinheiro muito grande, como tudo na área de petróleo”, observou.

Conforme ele, a ideia é focar na exploração, produção, refinamento e distribuição de petróleo e “deixar para segundo plano o que não mereça a principal atenção”. Ainda segundo o representante da presidência da Petrobras, a empresa “dá dois passos para trás para depois dar dois passos para frente”.

Demissões

O presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), deputado Vicente Cândido (PT-SP), disse que acredita que é possível construir soluções para a situação do setor, diante das riquezas e da inteligência na área.

O deputado Valtenir Pereira (Pros-MT), que solicitou a reunião e presidiu a maior parte da sessão, disse que a Operação Lava Jato está “passando o Brasil a limpo”, mas está causando impacto negativo na economia e no emprego. “As empresas da indústria naval, por exemplo – estratégicas para a economia e para o emprego –, estão sendo afetadas”, explicou.

Crescimento
O secretário de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria e Comércio, Marcelo Maia, informou que um grupo de trabalho dentro do ministério está formulando uma agenda propositiva para a área, que deverá ser anunciada em breve. “Espero que a agenda gere um plano de ação em curto prazo”, disse.

O chefe da Coordenadoria de Conteúdo Local da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Marco Túlio Rodrigues, por sua vez, afirmou que a produção de óleo no Brasil tem perspectiva de grande crescimento ao longo dos próximos cinco anos, a despeito dos problemas conjunturais atuais. Ele observou, porém, que o setor está perdendo seu capital humano, com a demissão de diversos especialistas neste momento.

 

Participaram da reunião o chefe de gabinete do presidente da Petrobras, Armando Toledo; o secretário de Comércio e Serviços do Ministério da Indústria e Comércio, Marcelo Maia Tavares de Araújo; o chefe da Coordenadoria de Conteúdo Local da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Marco Túlio Rodrigues, e o secretário de Estado do Rio de Janeiro, Marco Capute.