Operação Lava Jato: debate aponta medidas para preservação de investimentos e empregos

Em debate promovido pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, na sede do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), no último dia 27 de março, sobre os “Impactos da Operação Lava Jato e as perspectivas de preservação do emprego”, o deputado Vicente Cândido, presidente da Comissão, destacou a importância de levar o debate para fora da Câmara, com o objetivo de ouvir o que a sociedade tem a dizer a respeito do tema.
25/03/2011 16h10

O deputado falou sobre acordos de leniência entre o governo federal e as empresas envolvidas na Operação Lava Jato e disse que o objetivo é aperfeiçoar a legislação para punir pessoas e assegurar que as empresas continuem a trabalhar. “O maior bem que está em jogo são os empregos dos trabalhadores e as empresas. O que vai nos ajudar a superar essa crise é que todas as nossas instituições estão funcionando. Essa é a garantia de que vamos separar a pauta dos desvios e punições da pauta positiva que precisa andar”, ressaltou.

 

Anfitrião do evento, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, também defendeu a preservação das empresas envolvidas em denúncias na Operação para que os investimentos do país continuem e que empregos sejam mantidos.

 

Um estudo divulgado pela Federação mostra que pelo menos 144 empreendimentos estão ameaçados de paralisação, o que representa R$ 423,8 bilhões em investimentos. O encontro teve a participação de representantes de trabalhadores, empresários e do poder público.

 

Segundo Eduardo Eugenio, é necessário discutir saídas para que o Rio de Janeiro e o Brasil não entrem em uma crise sistêmica: “Uma coisa é punir controladores ou executivos que incorreram em atos ilícitos. Outra bem diferente é permitir que empresas quebrem e arrastem com elas os empregos de milhões de brasileiros”.

 

O estudo mostra ainda que do investimento total ameaçado, R$ 242,8 bilhões estão previstos para serem aportados em 109 obras de infraestrutura e o restante, R$ 181 bilhões, são para o setor de petróleo e gás. No Rio de Janeiro, são R$ 46 bilhões de investimentos ameaçados em infraestrutura e R$ 58,9 bilhões em petróleo e gás.

 

Participaram do debate representantes da Secretaria Estadual de Trabalho e Renda do Estado do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro, do Clube de Engenharia, da CUT, da Federação Única dos Petroleiros, da Secretaria Municipal de Trabalho do Rio de Janeiro, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego da Cidade do Rio de Janeiro.