Comissão realiza audiência para debater o descaso com o mineiro Nióbio produzido no Brasil
O deputado Edio Lopes (PMDB-RR), autor do requerimento afirma que há necessidade de um enorme debate envolvendo a produção deste metal que é empregado em vários segmentos da indústria, tais como: automóveis, equipamentos médicos, bélicos e nucleares, além de inúmeras outras aplicações.
Segundo o parlamentar, no Brasil, apenas 3 (três) empresas respondem pela totalidade da produção do nióbio. Estão localizadas nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Amazonas. A empresa Anglo American, companhia britânica instalada em Catalão, no Estado de Goiás, é a segunda maior produtora de nióbio no Brasil. A empresa estima um crescimento de 6% ao ano. Conforme dados divulgados, a divisão do nióbio respondeu por uma receita de US$ 173 milhões em 2012, com lucro operacional de US$ 81 milhões.
As chapas de ferro-nióbio são o principal dos produtos do nióbio nas exportações brasileiras, tendo totalizado US$ 4,8 bilhões, de 1996 a 2013, somando-se todos esses dezoito anos. Em 1996 o montante era de somente US$ 152,7 milhões. Em 2012, a quantidade exportada foi quatro vezes maior que então, e o preço unitário, quase três vezes maior. Assim, o valor exportado multiplicou-se por doze, chegando a US$ 1,8 bilhão.
Podendo haver muita exportação não declarada, o mercado é muito fechado, estando concentrado em poucas empresas importadoras e pouquíssimas empresas exportadoras. São transações entre empresas dos mesmos grupos ou entre grupos associados.
Dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil é responsável por 98% das reservas deste metal conhecidas no mundo. Vários analistas defendem que o governo brasileiro deveria ter uma atuação mais ativa, principalmente quanto ao controle do preço de comercialização do produto. “Existem várias denúncias de que o quilo do nióbio estaria saindo do Brasil a troco de banana”, denunciou o Edio Lopes.