Comissão aprova audiência pública para debater o descaso brasileiro com o Nióbio
Antonio Jacinto Índio
Edio Lopes: O Brasil deve tomar uma decisão urgente, enérgica e inadiável sobre a questão da política de exploração e de exportação do nióbio.
Edio Lopes sugeriu que sejam convidados a esclarecer os problemas, o presidente dos negócios de fosfato e nióbio da Anglo American Brasil, Ruben Fernandes, o diretor financeiro dos negócios de fosfato e nióbio da Anglo American Brasil, Mauro Meinberg e o diretor de operações de nióbio da Anglo American Brasil, Paulo Minsk.
Segundo o parlamentar, no Brasil, apenas 3 (três) empresas respondem pela totalidade da produção do nióbio. Estão localizadas nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Amazonas. A Anglo American, empresa britânica instalada em Catalão, no Estado de Goiás, é a segunda maior produtora de nióbio no Brasil. A empresa estima um crescimento de 6% ao ano. Conforme dados divulgados, a divisão do nióbio respondeu por uma receita de US$ 173 milhões em 2012, com lucro operacional de US$ 81 milhões.
Dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil é responsável por 98% das reservas deste metal conhecidas no mundo. Vários analistas defendem que o governo brasileiro deveria ter uma atuação mais ativa, principalmente quanto ao controle do preço de comercialização do produto. “Existem várias denúncias de que o quilo do nióbio estaria saindo do Brasil a troco de banana”, denunciou o Edio Lopes.
“Se o Brasil ditasse o preço do produto, poderia ganhar até 50 vezes mais o que recebe atualmente. No ano passado, o nióbio respondeu por 4,68% das exportações brasileiras e o preço médio ficou em cerca de US$ 27 o quilo. Se comparado com 2008, o preço do nióbio, que custava US$ 33 o quilo, sofreu uma redução de 21%. No mesmo período, o minério de ferro e o ouro passaram por uma valorização de 148% e 122%, respectivamente”, esclareceu o parlamentar.