CFFC coleta informações sobre denúncias que envolvem cooperativa de garimpeiros de Serra Pelada

Requerido pelo deputado Edio Lopes (PMDB-RR), a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) realizou, na tarde da terça-feira (29.04.14), audiência pública para coletar informações a respeito das denúncias que envolvem a Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a Empresa Colossus Minerals Inc.
25/03/2011 16h10

No ano passado, a revista Época publicou uma reportagem, segundo a qual, o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) teria rastreado transações financeiras atípicas entre a cooperativa e a mineradora.

Dentre os seis convidados para a reunião, apenas o ex-presidente da Coomigasp, Gesse Simão, compareceu e alegou que todas as ações feitas durante sua gestão foram frutos de decisões com os próprios garimpeiros e ressaltou que para uma verdadeira compreensão do que aconteceu em Serra Pelada é necessário fazer uma busca ao passado.

“A situação era horripilante, inclusive, estive no ano de 2009 na Comissão de Direitos Humanos denunciando o que acontecia por lá. Na verdade o que sempre existiu foi um grupo de vândalos patrocinados por grupos econômicos e políticos que queriam Serra Pelada para si. Hoje a cooperativa está sequestrada”, relatou Simão.

Gesse disse ainda que sempre procurou pacificar os garimpeiros e a prova é que conta com o apoio de mais de 30 mil trabalhadores. Ele negou ter recebido qualquer quantia e disse ter todas as prestações de contas, inclusive desafiou qualquer pessoa que tenha alguma prova que o incriminasse.

O deputado Edio Lopes fez vários questionamentos a Gesse, entre eles, sobre os altos gastos com assembleias que de acordo com o depoente somavam cerca de R$ 2,5 milhões, bem como o repasse de determinadas quantias para sua conta bancária pessoal, onde Gesse também negou ter recebido qualquer quantia.

Domingos Dutra (SD-MA) afirmou que se faz necessário com urgência a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para a apuração do caso, pois se trata de um caso de polícia e justiça. O deputado questionou o porquê da assinatura de quatro aditivos no contrato com a Colossus que só prejudicam os garimpeiros. Gesse voltou a afirmar que tudo que foi feito estava em comum acordo com os garimpeiros e deliberado durante as assembleias.

Gesse explicou que as assembleias reuniam cerca de trinta mil garimpeiros de todo Brasil e todos os gastos eram custeados pela cooperativa. O deputado Cleber Verde (PRB-MA) afirmou ter participado de duas assembleias e pode ver a dimensão do evento e concordou que realmente é preciso instalar uma CPI para que todos os envolvidos sejam convocados e compareçam à Casa para prestar os devidos esclarecimentos.