31/08/11 - Presidente da ANP nega denúncias de irregularidades na agência

O presidente da ANP, Haroldo Lima, confirmou a tentativa de extorsão, mas isentou a agência no episódio.O presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, classificou como “requentadas” as denúncias publicadas pela revista Época no final de julho. “A gravação que deu origem à reportagem foi feita em 2008”, explicou, ao participar nesta quarta-feira de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
25/03/2011 16h10

A revista chamou a ANP de “Agência Nacional da Propina e de central de achaque e extorsão” ao publicar entrevista da advogada Vanuza Sampaio, que afirmou ter sido achacada por Antonio José Moreira e Daniel Carvalho. Eles teriam pedido R$ 40 mil e estariam a mando do então superintendente de Abastecimento da agência, Edson Silva, hoje assessor do presidente da ANP.

Haroldo Lima afirmou que em abril de 2009 a mesma revista e o jornal Correio Braziliense trataram do episódio, que ocorreu em maio de 2008. “O fato que está sendo registrado na revista existiu. Imediatamente quando a ANP tomou conhecimento, o caso foi levado ao Ministério Público. A ANP não tem mais nada com isso. É um ato criminal”, afirmou.

Sem vínculo
Segundo Haroldo Lima, os dois assessores nunca foram do quadro da ANP. Ele disse que Antonio José Moreira é procurador federal da Advocacia Geral da União e foi destacado para acompanhar processos da agência. Daniel Carvalho foi estagiário e trabalhava numa empresa do Rio de Janeiro que prestava serviços à ANP. Segundo ele, ambos não têm relação com a agência há mais de dois anos.

O presidente da ANP afirmou ainda que a representação da Procuradoria Geral da República sobre o caso cita a necessidade de saber a quem interessariam as denúncias. "Decisões tomadas pela ANP prejudicam muitos setores. Será que não é algum desses setores que está interessado em levantar semelhante aleivosia?", questionou.

Aparelhamento
Ligado ao PCdoB, Haroldo Lima negou que haja aparelhamento da agência – como afirmou o autor do pedido da audiência pública, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) – e citou a realização de dois concursos para a agência, com 600 aprovados. Segundo ele, a ANP conta atualmente com 44 doutores e 77 mestres no quadro de pessoal e é um dos órgãos com maior excelência técnica do Brasil.

Para Vanderlei Macris, a partidarização é muito clara. “Este governo é partidarizado, são nichos da gestão que estão sendo distribuídos para os partidos políticos. Não há profissionalização. Isso deixa a gestão incapacitada de poder atuar em grandes projetos para o País." O deputado também pediu que Haroldo Lima mantenha a comissão informada sobre os desdobramentos do episódio.

Agência Câmara de Notícias

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto/Rádio Câmara
Edição – Ralph Machado