Subcomissão debate importância do investimento no paradesporto como forma de inclusão
Vinícius Pinelli
Reunião da Subcomissão Permanente do Paradesporto - Apresentação do plano de trabalho e celebração da importância do esporte para a Pessoa com Deficiência
A reunião foi convocada pelo presidente da Subcomissão Permanente do Paradesporto, deputado Augusto Puppio (MDB-AP), e contou com a presença do secretário do Paradesporto (SNPAR) do Ministério do Esporte, Fábio Araújo, e da diretora de Projetos Paradesportivos para Educação, Lazer e Inclusão Social da SNPAR, Nayara Falcão.
Os debatedores trouxeram aspectos do paradesporto nacional baseados nas próprias experiências de competição. Apesar dos avanços no apoio governamental, com o Programa Bolsa-Atleta, em vigor desde 2005, a iniciativa não conseguiria fazer com que os atletas possam viver somente do esporte. A formulação de políticas públicas que sejam mais inclusivas com os atletas e pessoas com deficiência (PCD) é vista como uma solução.
Outro ponto relevante é a inclusão social. De acordo com a ex-atleta de paracanoagem Erisângela Toniolo, o caminho é a educação escolar com campanhas que visem a conscientização da sociedade, para garantir que todas as PCDs sejam tratadas como cidadãs. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2022, o Brasil possui 18 milhões de Pessoas com Deficiência.
Os esforços de capacitação de profissionais pensando em atividade física paradesportiva também seriam importantes para promover a inclusão pelo esporte e um estilo de vida saudável. É a proposta de um dos programas que a SNPAR desenvolve junto ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Simone Camargo, atleta de goalball e membro do Conselho de Atletas do CPB, lembrou que no passado era comum que estudantes PCDs fossem dispensados de aulas de educação física, pois os professores não podiam garantir a segurança dos alunos.
Antônio Ferreira, coordenador geral da Secretaria Nacional do Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, comentou que um Plano Nacional da Pessoa com Deficiência está sendo elaborado (uma atualização do programa Viver sem Limites, com previsão de lançamento entre os meses de outubro e novembro). Ele espera que assim PCDs tenham ampliação de acesso ao esporte, além do cumprimento das condições para que tenham equidade de oportunidades.
A subcomissão também abriu espaço para que atletas paralímpicos e do paradesporto pudessem compartilhar vivências, relatando as dificuldades e a superação pelo esporte.
Higor Lohnhoff, surdoatleta do atletismo, contou que a falta de bolsas esportivas e a falta de um calendário de competições faz com que atletas surdos escolham desistir do esporte de alto rendimento, e pediu que a secretaria estabeleça ações e diálogos para que esses atletas possam seguir competindo. Já a paraskatista Jainaine Abranches, embaixadora da modalidade no país, apesar de não ser atleta de alto rendimento, tem o objetivo de apresentar a modalidade para mulheres e fazer com que elas superem limitações ao perceber que elas podem fazer o que quiserem.
O deputado Augusto Puppio (MDB-AL) explicou ainda os motivos pelos quais a democratização do esporte por meio de políticas públicas é especialmente importante para as PCDs: “O esporte é um mecanismo de saúde física e mental. Portanto, investir em esporte é promover a saúde na fonte. Quando falamos do paradesporto, incluímos PCDs no projeto de prevenção de doenças mentais e físicas por meio do esporte”.