O aumento da educação física escolar é debatido na Cespo

A comissão do esporte realizou audiência pública nesta terça-feira (21) para debater o Projeto de Lei 2.299/21 de autoria do deputado Nereu Crispim (PSD/RS), que amplia a frequência das aulas de educação física de duas para três horas semanais. A reunião atendeu ao requerimento n° 24/22 de autoria do mesmo parlamentar.
21/06/2022 18h01

Elaine Menke/Câmara dos Deputados

O aumento da educação física escolar é debatido na Cespo

Audiência Pública - PL 2219/21 - Amplia aulas de educação física para 3 horas semanais.

Para o autor, “a atividade física regular é um fator chave de proteção para prevenção e o controle das doenças não transmissíveis (DNTs), como as doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e vários tipos de cânceres. A atividade física também beneficia a saúde mental, incluindo prevenção do declínio cognitivo e sintomas de depressão e ansiedade”. O deputado também cita a importância da atividade física para a saúde das crianças e adolescentes: “melhora a aptidão física, a saúde cardiometabólica, saúde óssea, cognição e reduz sintomas de depressão”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda no mínimo 60 minutos de atividade física aeróbica moderada a vigorosa por dia para crianças e adolescentes, incluindo quem vive com doenças crônicas ou incapacidade. De acordo com o consultor esportivo, Rodrigo Bastos da Silveira, apenas 8% dos municípios do estado do Rio Grande do Sul possuem escolas que disponibilizam, em grade horária, ao menos 150 minutos de aulas de educação física para os estudantes.

Apesar da obrigatoriedade da disciplina, em alguns casos, principalmente no fundamental 1, a aula é coordenada pelo professor da turma que não é capacitado para exercer a função de educador físico. Para a Segunda Secretária do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), Elisabete Laurindo de Souza, o projeto ideal deveria contemplar que as aulas deveriam ser ministradas, exclusivamente, por profissionais habilitados no curso de licenciatura em Educação Física.

O texto original prevê a realização das aulas de forma facultativa, mas a representante do CONFEF explica que elas são “facultativa apenas aos aluno que cumprem jornada de trabalho superior a seis horas, pessoas maiores de 30 anos, para os que prestem serviço militar obrigatório ou pessoas que possuam alguma doença grave”.

Para o Delegado Regional da FIEP/RS (Federação Internacional de Educação Física),  Everton Luis Deiques, as crianças têm se afastado cada vez mais das atividades físicas em razão da violência e da tecnologia que desestimulam a realização de esportes. Isso pode fazer com que as taxas de sedentarismo aumentem consideravelmente nas próximas gerações. Ele cita que 21% dos adultos atualmente se encontram em situação de sedentarismo, mas 87% da geração atual de crianças e adolescentes não fazem o mínimo de atividade física recomendada por dia.

Deiques lembrou de um estudo finlandês que relatou a economia de três euros no âmbito da saúde a cada euro investido na educação física escolar e citou que “hoje é comum ver alunos com nove ou dez anos tomando antidepressivos”. Ainda, outra pesquisa descobriu que “fazer educação física conforme recomenda a OMS, aumenta o número de neurônios motores e faz com que o indivíduo possa ter uma atividade intelectual até 40% maior”. Segundo ele, após essa descoberta, os ingleses aumentaram a frequência da educação física escolar de duas para cinco vezes semanais.

 

Por Ascom/Cespo