Mais cinco confederações olímpicas apresentam seu planejamento na Comissão do Esporte

A Comissão do Esporte ouviu mais cinco confederações olímpicas na terça-feira (29), dando continuidade à série de audiências públicas propostas pelo deputado Luiz Lima (PSL-RJ). Dessa vez, estiveram presentes as modalidades de ciclismo, hipismo, levantamento de peso, tiro com arco e tiro esportivo. Durante a audiência, os presidentes e atletas falaram sobre a atual estrutura das confederações, os resultados recentes das principais competições e fizeram uma projeção para o Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.
30/10/2019 12h58

Reynaldo Lima/Arquivo CESPO

Mais cinco confederações olímpicas apresentam seu planejamento na Comissão do Esporte

Novas demandas são apresentadas em audiência pública com confederações esportivas

Participaram da audiência: pelo ciclismo, o integrante da Comissão de Atletas, Leandro Carvalho, o Gestor de Alto Rendimento, Fernando Fermino,  e o Presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, José Luiz Vasconcellos; pelo hipismo,  o integrante da Comissão de Atletas, Jorge Luiz Passamani, e o Presidente da Confederação Brasileira de Hipismo, Ronaldo Bittencourt Filho; pelo levantamento de peso, a integrante da Comissão de Atletas, Emily Rosa, e o Presidente da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, Enrique Montero Dias; pelo tiro com arco,  o membro da Comissão de Atletas, Cláudio Contrucci, e o Presidente da Confederação Brasileira de Tiro com Arco, Vicente Fernando Blumenschein; e pelo tiro esportivo, a Presidente da Comissão de Atletas, Janice Gil Teixeira, e o Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Jodson Junior.

Um tema que voltou a aparecer nos debates por afetar todos os esportes que utilizam equipamentos caros e importados, como ciclismo, vela, canoagem, triatlon, tiro com arco e tiro esportivo, foi a solicitação de isenção dos impostos pagos na importação desses produtos. Segundo Jodson Junior, uma arma chega a custar ao atleta brasileiro duas vezes e meia o que custa no exterior. “A arma estrangeira que não é fabricada no país também é taxada como se fosse arma fabricada no País. Tem 45% de IPI, tem todos os impostos federais, tem transporte, armazenagem e o ICMS do estado onde a arma está desembarcando. Para uma modalidade como essa fica inviável”. Doping, investimento nas categorias de base, legado dos Jogos Rio 2016 e expectativas de classificação e medalhas para Tóquio foram outros temas levantados na reunião.

Atletas de tiro esportivo pedem tratamento diferenciado para comprar armas

“Não confundam atletas de tiro com atiradores. Não somos atiradores; somos atletas. Ninguém mata ninguém”. Esse foi o apelo da presidente da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Janice Teixeira, aos participantes de audiência pública da Comissão do Esporte da Câmara.

Para Janice e os demais representantes das confederações de tiro com arco e de tiro esportivo presentes à audiência, a falta de entendimento sobre esses esportes dificulta a prática esportiva. Eles argumentam que a compra de equipamentos por atletas não deveria seguir as mesmas regras da aquisição de armas pela população em geral. Uma pessoa de 18 a 25 anos, por exemplo, não pode comprar uma arma de fogo. Mas, para o vice-presidente da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Jodson Junior, o atleta dessa idade deveria ser autorizado a comprar armas para treinamento e competição.

“O entendimento que alguns fazem em relação a arma de fogo é genérica e não pode ser, porque as armas de competição olímpica são totalmente diferentes, têm regulamento à parte. Não se pode fazer uma legislação genérica e totalitária em relação ao país inteiro”, afirmou.

O presidente da Confederação Brasileira de Tiro com Arco, Vicente Blumenschein, expressou preocupação em relação a um projeto de lei (PL 2053/19) que impõe regras para a venda de equipamentos de arqueria, como restrição à aquisição por menores de idade e registro do comprador. O deputado Luiz Lima (PSL-RJ), autor do requerimento para a realização da audiência, compartilha dessa preocupação. “Com tiro com arco, você destruiria a modalidade na qual você sabe que todos os atletas têm que ingressar na infância ou adolescência. Já vou conversar com a minha equipe para tomar conhecimento de como pode agir e fazer uma intervenção pelo esporte”.

Próximas audiências

A Comissão do Esporte vem realizando uma série de audiências públicas com as confederações esportivas sobre a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, ouvindo representantes das entidades e das comissões de atletas. Já estão agendas as duas últimas audiências: dia 12/11, com boxe, esgrima, judô, taekwondo e wrestling; e dia 26/11, com badminton, ginástica, golfe, tênis e tênis de mesa.

Com Verônica Lima/Agência Câmara