Inclusão, saúde e botões: Esporte debate o desenvolvimento do futebol de mesa
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Desenvolvimento do Futebol de Mesa. Dep. Prof. Paulo Fernando (REPUBLICANOS - DF), representante - Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, André Luís Corrêa de Araujo e o vice-Presidente - Federação Brasiliense de Futebol de Mesa,
Para o deputado Professor Paulo Fernando (REPUBLIC/DF) e autor do requerimento, o futebol de mesa possui não só um aspecto educativo, mas também estabelece uma ponte entre botonistas mais novos e mais velhos: “É preciso incentivar essa geração tão antenada a ter contato com essa atividade lúdica, e que tem caráter de congregação e ambiente familiar” disse o deputado.
De acordo com José Jorge Farah, presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, o investimento na modalidade é necessário por se tratar de um esporte tipicamente nacional, criado por volta da década de 10 do século passado. Com mais de 100 mil adeptos e entre cinco e seis mil atletas filiados, Farah disse que a modalidade necessita de novos praticantes, porém os canais tradicionais divulgam muito pouco o esporte.
Por se tratar de um esporte tão antigo, as regras e as formas de jogar variam de região para região. Da mesma forma, o esporte possui a capacidade de envolver comunidades e promover inclusão social em municípios de regiões e com características diferentes. André Luis Araújo, também da CBFM e especialista na modalidade dadinho, destacou o projeto realizado em Quixeramobim-CE, que contempla tanto crianças quanto idosos por meio do futebol de botão.
O município do interior do Ceará é propício para o desenvolvimento da modalidade do dadinho, que é mais recente do que outras modalidades no estado, de acordo com Manoel Moura, representante da Federação de Futebol de Mesa do Ceará.
Outros estados também possuem o esporte desenvolvido, com direito a clubes e competições estabelecidas. Por exemplo, o vice-presidente da Federação Brasiliense de Futebol de Mesa, Flávio Campos, traçou um histórico do futebol de botão no DF, que hoje conta com 10 clubes e pelo menos 380 atletas que disputam torneios abertos e para atletas federados.
Araújo ainda relatou que apesar da capacidade de promover campeonatos nacionais, toda operação e recursos só são viáveis por meio de doações e rifas. Ele acredita que um dos caminhos para expandir a modalidade seria levá-la para as escolas, devido ao seu potencial de ensinar ética e conduta para os estudantes. O pediatra Ivan Isaac, presidente da Federação Goiana de Futebol de Mesa, reiterou o pensamento, e ainda citou o futebol de botão como estímulo de inclusão sobretudo para crianças com autismo.
O próprio secretário da comissão do esporte, Lindberg Júnior compartilhou um relato pessoal para reforçar como o futebol de mesa é relevante do ponto de vista da saúde. Após uma internação de mais de 100 dias por Covid e quatro meses de home care, o secretário voltou a jogar o futebol de mesa como forma de ajudá-lo na recuperação. Dessa forma, o esporte possui importância não só para reabilitação, mas para o desenvolvimento de coordenação motora fina, pois necessita de movimentação e estratégia para ser jogado.