Esporte discute projetos esportivos bem sucedidos e capacidade de replicação em mais municípios
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Projetos esportivos de inclusão social. Dep. Daniel Trzeciak (PSDB - RS), coordenador, Rossano Diniz e o coordenador - Projeto Remar para o Futuro, Oguener José Tissot da Costa
Parlamentares da Comissão do Esporte debateram na tarde desta quarta-feira (6) a adoção de políticas públicas para o esporte como instrumento de inclusão de jovens em vulnerabilidade social. Em audiência pública proposta pelo deputado Daniel Trzeciak (PSDB/RS), foram apresentados alguns dos projetos desenvolvidos pelo município gaúcho de Pelotas, como o Remar para o Futuro e Quem Luta Não Briga.
Atendendo atualmente jovens, sendo que 80% alunos da rede municipal de ensino, o Quem Luta Não Briga oferece aulas de Taekwondo em uma parceria com a Universidade Federal de Pelotas. Já formaram 86 medalhistas em competições nacionais e conseguiram quatro medalhas internacionais. “As medalhas são a cereja do bolo. O melhor resultado são as melhorias nas atitudes e nos comportamentos dos alunos. E como sabemos que o Taekwondo influencia? Pelo retorno de professores e pais dos alunos”, explicou o coordenador do projeto, Rossano Diniz.
Daniel Trzeciak, que presidiu a audiência pública, elogiou os resultados alcançados: “são atletas que saem da periferia e ganham o mundo. Sou um fã do esporte e do trabalho que vocês fazem”. O parlamentar disse ainda que apresentaria os projetos ao ministro do Esporte, André Fufuca, para que servissem de exemplo para outros municípios do país.
O Projeto Remar para o Futuro, que oferece de 20 a 30 novas vagas por ano na modalidade de remo, já atendeu mais de 300 jovens. “Vamos para dentro das escolas, buscando entre mais de cinco mil alunos da rede municipal. Vamos para dentro das escolas, mostrando as modalidades. Ou a gente procura os responsáveis e faz o convite direto aos alunos”, explicou para Oguener Tissot, coordenador do projeto.
Os jovens são atendidos por uma equipe multidisciplinar, toda composta por voluntários, nutricionistas, fisioterapeutas, traumatologistas, dentistas, massoterapeutas, entre outros. Um dos maiores desafios, segundo Tissot, é o alto custo dos equipamentos utilizados na atividade, quase todos importados.
O projeto Quem Luta Não Briga faz parte do Programa Vida Ativa, que propõe iniciação esportiva para os pelotenses, em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Pelotas, enquanto o Remar para o Futuro está inserido no programa Vencer Pelotas.
Com o objetivo de promover hábitos saudáveis entre crianças jovens e adultos, a equipe do Vida Ativa é composta por cinco coordenadores e 22 agentes que organizam tanto aulas nos espaços e núcleos comunitários da cidade quanto eventos pontuais, como aulões e atividades em datas comemorativas. Só em 2023, o Vida Ativa realizou 113 eventos.
Caroline Malue, coordenadora do projeto, diz que os principais beneficiados do programa são mulheres com 45 anos ou mais: “Essa informação é importante pois estatisticamente quem pratica mais exercícios são homens jovens de renda média elevada. Nosso principal público está numa faixa etária que não costuma praticar exercício, o que significa que o Vida Ativa está chegando em quem precisa. ”
O programa engloba outros projetos de modalidades específicas, como vôlei, atletismo, paradesportos e o próprio taekwondo, além de ter parcerias com universidades e institutos, servindo de objeto para pesquisas acadêmicas.
A inclusão social pelo esporte trouxe resultados positivos em outros estados. Diogo Latini, vereador de Macuco/RJ, afirma que 40% da população do município pratica algum esporte. Ele ainda ressaltou que é preciso valorizar outras modalidades além do futebol.
Já Márcia Buscariol, vereadora e presidente da Câmara Municipal de Alto Taquari/MT, citou o remo praticado no lago da cidade como forma de afastar os jovens do crime. “Estamos buscando projetos novos para levar para Alto Taquari. Queremos oferecer o que vocês de um centro grande oferecem. Nós podemos nos espelhar nos projetos de vocês e levar até lá. ” Conclui Buscariol.
O Presidente da Comissão deputado Luiz Lima (PL/RJ) chamou a atenção para o papel dos secretários de esporte municipais na execução dos projetos esportivo: “Os secretários municipais têm um poder de intervenção muito grande, porque ele atua direto com a população. O principal ponto desses projetos é o atendimento, pois sem essas trocas de conhecimento o projeto fica longe da excelência. ” Para Luiz Lima, o esporte possui a capacidade de unir as pessoas com um investimento não tão alto.