Especialistas debatem esportes eletrônicos

Reunião requerida pelo deputado Márcio Marinho (REPUBLICANOS/BA) ocorreu nesta quarta-feira
25/05/2023 17h56

Ascom/Cespo

Especialistas debatem esportes eletrônicos

Audiência Pública para debater os e-sports

Nesta quarta-feira, a Comissão do Esporte realizou uma audiência pública para debater os e-sports, termo utilizado para classificar competições de jogos virtuais, especialmente aquelas realizadas por profissionais. A reunião aconteceu em atendimento ao requerimento nº 10/23 de autoria do deputado Márcio Marinho (REPUBLICANOS/BA).

De acordo com o deputado, “assim como as gerações anteriores tinham total interesse por competições de esportes como o futebol, as gerações atuais também gostam de competições, entretanto, suas preferências focam nos e-Sports. Com um público crescente, de pessoas que conseguem acessar os jogos com facilidade, não é difícil entender porque está cada vez mais popular acompanhar e participar de jogos de e-Sports”. Portanto, a definição de esporte eletrônico como esporte ou não é importante para definir o investimento de recursos públicos e também para trazer mais segurança jurídica. 

Para o representante do Ministério do Esporte, Carlos Luís Villanova, os jogos eletrônicos são responsáveis por diversas transformações sociais e tecnológicas ao redor do mundo. Villanova cita que “o surgimento de uma sociedade de plataforma com o paradigma definidor do ambiente midiático contemporâneo torna ainda mais complexa as relações entre jogo, trabalho e sociedade. Em tal paradigma essas plataformas passam a mediar o desenvolvimento dos fenômenos sociais, políticos, econômicos e culturais”.

David Leonardo, representante da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal, destacou a importância de integrar futuros profissionais da Educação Física no meio digital para uma maior aproximação com os alunos. “É super necessário fazer esse diálogo com o meio científico”, destacou.

Rafael Marchetti Marcondes, presidente da Associação Brasileira de Fantasy Sport (ABFS), criticou a definição da nova Lei Geral do Esporte que o destaca como “atividade predominantemente física”. De acordo com ele, a Carta Olímpica traz um capítulo sobre os princípios norteadores do esporte (amizade, compreensão mútua, igualdade, inclusão e fair play). “Esses princípios são de cunho social que se propõem a olhar a formação do indivíduo e os jogos eletrônicos contribuem com todos esses princípios”, afirmou.

Em consonância, Paulo Roberto Ribas, presidente da Confederação Brasileira de Games e Esports (CBGE), ressalta a importância de se basear na Carta Olímpica para criar a definição do esporte. “O esporte não é só aptidão física. Existem outras habilidades motoras também”, concluiu.

Já o ex-vice-presidente de Marketing do Clube de Regatas do Flamengo,  Daniel Orlean, cita que houve uma perda de interesse do público mais jovem pelo futebol tradicional e era perceptível que esses torcedores estavam vinculados, cada vez mais, a clubes internacionais. “Nós conseguimos identificar que nos reaproximamos era por meio dos esportes eletrônicos”, relembrou.

Já Paulo Mazzei, professor da Universidade de Campinas (UNICAMP), acredita que a comparação nominal do esporte tradicional com o esporte eletrônico é realizada de forma superficial. Segundo ele, deve haver uma série de complexidades que envolvem as obrigações do poder público, a participação do cidadão e a idoneidade dos sistemas eletrônicos que garantam a participação mais justa e igualitária entre os participantes envolvidos.

O deputado Kiko Celeguim (PT/SP) ressalta a importância da criação de políticas públicas para o incentivo na produção industrial de produtos eletrônicos para que o consumidor não precise importar produtos estrangeiros. “Países como a China, Japão e Coreia cresceram porque o Estado enxergou, nesse vetor da economia, uma estratégia de desenvolvimento e geração de emprego, por isso são vanguardistas e exportam produtos, tecnologia e conhecimentos para o mundo todo”, explica.

Ainda, o deputado Luiz Lima (PL/RJ) acredita na força da união interpessoal que os esportes eletrônicos têm, “independente dos valores negociados e do volume de recursos”. O deputado Icaro de Valmir (PL/SE) completou que esta modalidade não está presente apenas no celular, no computador ou no videogame, “os esportes eletrônicos também estão presentes na educação, dentro do mercado e determinam vários investimentos em outros setores”.

Ao ter a palavra, o deputado Professor Paulo Fernando (REPUBLICANOS/DF) ressaltou a importância de um debate cada vez mais aprofundado sobre o tema. 

 

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Por Ascom/Cespo