Confederações esportivas pedem mais investimentos e refinanciamento de dívidas

A Comissão do Esporte reuniu mais cinco confederações olímpicas na terça-feira (1), dando continuidade à série de audiências públicas propostas pelo deputado Luiz Lima (PSL-RJ). Dessa vez, estiveram presentes as modalidades dos esportes coletivos: basquetebol, futebol, handebol, rugby e voleibol. Nas suas exposições, os presidentes e atletas falaram sobre a atual estrutura das confederações, os resultados recentes das principais competições e fizeram uma projeção para o Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.
02/10/2019 08h55

Reynaldo Lima/Arquivo CESPO

Confederações esportivas pedem mais investimentos e refinanciamento de dívidas

A atleta do handebol, Duda Amorim, participa direto da Hungria de audiência pública na CESPO por web conferência

Participaram da audiência pelo basquetebol o Secretário da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), Carlos Roberto Fontenelle; pelo futebol, o Supervisor da Base da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Roberto Teixeira; pelo handebol, os representantes da Comissão de Atletas, Jaime Souza Torres e Duda Amorim, (por web conferência, direto da Hungria), e o Presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Ricardo Luiz de Souza; pelo rugby, a atleta Beatriz Futuro Muhlbauer, da Comissão de Atletas, e o  Superintendente Técnico da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), João Nogueira; e pelo voleibol, o atleta de voleibol de praia, Oscar Brandão Guimarães, da Comissão de Atletas, e o CEO da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Radamés Lattari.

O voleibol, de quadra e de praia, é o esporte com mais conquistas olímpicas, com total de 23 medalhas ao longo da história. “Dos Jogos de Los Angeles em 1984 até agora, o voleibol só não trouxe medalha nos Jogos de Seul em 1988”, pontou Radamés Lattari, da CBV. Já o futebol já conquistou 8 medalhas ao longo da história, sendo que o futebol masculino é o atual campeão olímpico. O basquetebol, por sua vez, já conquistou 5 medalhas, mas não conquista o pódio desde os Jogos de Sydney em 2000.  Handebol e rugby são modalidades que ainda não conquistaram medalhas olímpicas: o handebol feminino, porém, já foi campeão mundial, e o rugby é uma confederação referência em termos de gestão.

Gestão

Transparência e saneamento da gestão: é isso que buscam os novos dirigentes das confederações brasileiras de basquete e de handebol, após problemas e denúncias de irregularidades em anos anteriores. O basquete chegou a ser suspenso pela Federação Internacional em 2016, e o quadro encontrado pela nova diretoria em 2017 era, segundo o secretário da CBB, Carlos Roberto Fontenelle, de dívidas impagáveis, salários atrasados, processos civis e trabalhistas, falta de certidões.

Fontenelle explicou que a entidade contratou uma empresa internacional de auditoria e passou a implementar diversos programas de gestão e ética. O resultado, disse ele, foi a evolução, no Programa de Gestão, Ética e Transparência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), de uma nota pouco maior do que 5 para um desempenho próximo de 10. Agora, a confederação pede o apoio do governo federal para refinanciar as dívidas. "Se o futebol, que tem profissionalismo muito mais forte e verbas privadas significativas, oferece para seus realizadores a possibilidade de refinanciar e parcelar dívidas do passado, nada mais justo que isso também ocorra com as entidades que fazem a gestão dos esportes olímpicos", argumentou.

Esse refinanciamento está sendo proposto em projeto de lei (PL 2832/19) da senadora Leila Barros (PSB-DF) que cria o Programa de Modernização da Gestão do Esporte Brasileiro (Proesp). O texto tramita atualmente no Senado.

Investimentos

Outro elemento comum às confederações de basquete, de handebol e também de rugby (CBRu) foi a redução de investimentos, tanto públicos quanto privados, após as Olimpíadas de 2016.

Presidente da CBHb, Ricardo Luiz de Souza, lembrou que a entidade perdeu o apoio dos Correios e do Banco do Brasil. "Todas as modalidades tiveram cortes. Mas havia algumas, como o handebol, que tinham o patrocínio público como principal motor das suas ações", comentou. "Fomos perdendo os Correios gradativamente. De 2016 pra 2017, houve redução de 80% nos investimentos. No início de 2018, a estatal nos deixou. No auge da nossa crise administrativa, o Banco do Brasil também decidiu não renovar o contrato, que se encerrou em maio do ano passado", explicou.

Próximas audiências

A Comissão de Esporte pretende ouvir os dirigentes e atletas de 33 confederações de esportes olímpicos até o fim do ano. Já estão programadas audiências para o dia o dia 15/10 com as confederações das novas modalidades olímpicas: beisebol, escalada, karate, surfe e skate; e para o dia 29/10 com ciclismo, hipismo, levantamento de peso, tiro com arco e tiro esportivo.

 

Com Agência Câmara