Confederações apresentam suas realidades e planos de preparação para os Jogos Olímpicos de 2020

A Comissão do Esporte reuniu mais cinco confederações olímpicas na terça-feira (17), dando continuidade à série de audiências públicas propostas pelo deputado Luiz Lima (PSL-RJ). Dessa vez, estiveram presentes as modalidades canoagem, pentatlo moderno, remo, vela e triathlon. Nas suas exposições, os presidentes e atletas falaram sobre a atual estrutura das confederações, os resultados recentes das principais competições e fizeram uma projeção para o Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.
18/09/2019 13h10

Reynaldo Lima/Arquivo CESPO

Confederações apresentam suas realidades e planos de preparação para os Jogos Olímpicos de 2020

Canoagem, pentatlo moderno, remo, vela e triathlon marcaram presença em audiência pública na CESPO

A vela é uma das principais modalidades em termos de conquistas olímpicas, com 18 medalhas ao longo da história. Canoagem e pentatlo são modalidades que trouxeram medalhas olímpicas nas últimas edições dos Jogos Olímpicos. Remo e triathlon ainda são modalidades que não conquistaram medalhas olímpicas, mas estão em ascensão e evolução, de acordo com os últimos resultados dos Jogos Pan-Americanos e os mundiais de cada modalidade.

 Participaram da audiência pela canoagem Givago Ribeiro, da Comissão de Atletas, e João Tomasini, presidente Confederação Brasileira de Canoagem; pelo pentatlo moderno Mariana Laporte da Comissão de Atletas, e Helio Cardoso, Presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo; pelo remo Fernanda Nunes, da Comissão de Atletas e Edson Altino Pereira Junior, Presidente da Confederação Brasileira de Remo; pelo triathlon Virgílio de Castilho, Diretor da Confederação Brasileira de Triathlon; e pela vela Bruno Prada, da Comissão de Atletas, e Marco Aurélio de Sá Ribeiro, Presidente da Confederação Brasileira de Vela.

 Realidade

 O objetivo das reuniões é conhecer também a estrutura e as condições de manutenção das confederações. E o cenário apresentado foi similar nos cinco casos: entidades pequenas e, com exceção da vela, sem patrocínios privados.

 Na visão do presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo, Hélio Cardoso, as exigências para prestação de contas do uso de recursos públicos são pesadas demais para o tamanho do orçamento e das equipes. E acabam tirando tempo e dinheiro da atividade-fim, que seria o apoio aos atletas.

 "Exige-se que tenhamos uma ouvidoria, porém não temos recurso. O Comitê Olímpico Brasileiro fez um pool: chamou todas as confederações pequenas, contratou uma ouvidoria e passamos a contar com uma estrutura compartilhada", exemplificou. "Temos de ficar o tempo todo bolando alternativas para não sermos penalizados com obrigações que vão se acumulando."

 Demandas

 Pelo menos duas demandas por alterações legislativas foram apresentadas nesta terça-feira (17) durante a segunda audiência pública da Comissão de Esporte com as confederações esportivas sobre a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio: redução de impostos para equipamentos importados e adequações da Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/06) à realidade do alto rendimento.

 O tricampeão mundial e duas vezes medalhista olímpico de vela Bruno Prada defendeu uma revisão da Lei de Incentivo ao Esporte, pois, segundo ele, são aplicadas regras de licitação que não se adaptam à realidade dos atletas de elite.

 "No alto rendimento, o melhor equipamento é o mais caro. Mesmo assim, temos de fazer três cotações", disse. "O mesmo vale para a contratação de equipe multidisciplinar. Tenho o meu técnico, o meu fisioterapeuta, mas preciso arranjar três orçamentos de três profissionais." A audiência ouviu cinco confederações de esportes que dependem de equipamentos caros e especializados. E todos relataram a dificuldade na importação desses produtos.

O deputado Luiz Lima, que foi nadador olímpico, informou que pretende apresentar um projeto de lei para oferecer isenção de impostos para a importação de equipamentos esportivos. “O esporte de alto rendimento necessita do melhor equipamento. Não podemos aceitar que um barco a remo chegue ao Brasil ao custo de R$ 100 mil, porque o valor dele dobrou com os tributos", comentou. "Se não há equipamento da mesma qualidade fabricado no País, temos de pensar na isenção do Imposto de Importação, seja via confederação ou instituição militar."

Próximas audiências

 A Comissão de Esporte pretende ouvir os dirigentes e atletas de 33 confederações de esportes olímpicos até o fim do ano. Já estão programadas audiências para o dia 1/10 com as confederações de voleibol, handebol, hóquei, rugby, basquete e futebol; e para o dia 15/10 com as confederações das novas modalidades olímpicas: beisebol, escalada, karate, surfe e skate.

 

Com Agência Câmara