Comitê Paralímpico prepara atletas para Los Angeles 2028 já de olho em Brisbane 2032

Nos Jogos de Paris, em 2024, os atletas brasileiros obtiveram o melhor resultado em todas as Paralimpíadas até hoje: foram 79 medalhas conquistadas, sendo que 25 de ouro. Com isso, o Brasil ficou entre os cinco maiores medalhistas, feito que os dirigentes do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) esperam repetir nos Jogos de Los Angeles, em 2028.
19/08/2025 13h57

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Comitê Paralímpico prepara atletas para Los Angeles 2028  já de olho em Brisbane 2032

Deputada Laura Carneiro (PSD/RJ), presidente da comissão, ao lado de José Antônio Freire e Jonas Freire, presidente e diretor de alto rendimento do CPB.

O presidente do CPB, José Antônio Freire, e o diretor de alto rendimento do CPB, Jonas Freire, participaram de audiência pública na Comissão do Esporte na manhã desta terça-feira, 19/8, e apresentaram o que está sendo feito no ciclo de preparação dos atletas para Los Angeles. A audiência foi conduzida pela presidente da Comissão, deputada Laura Carneiro (PSD/RJ). Também estiveram presentes o secretário nacional de Paradesporto do Ministério do Esporte, Fabio Araujo, e a atleta Verônica Hipólito, medalhista paralímpica no Rio 2016 e em Paris 2024.

José Antônio Freire apresentou os diversos projetos desenvolvidos pelo CPB para ampliar o acesso de pessoas com deficiência à prática desportiva em todas as regiões do país, como a criação de novos centros de referência – espaços esportivos com o objetivo de promover a iniciação e o desenvolvimento do esporte paraolímpico, desde a base até o alto rendimento.  Já foram inaugurados 70 centros e a meta é chegar ao fim do ano com 100 centros em todo o país. “Em 2036, queremos ter 500 centros de referência, 10% dos municípios, e cada um desses atendendo 4 ou 5 municípios em volta. Estamos em discussão com o Ministério da Educação, para que possamos usar os ônibus escolares para levar as crianças para fazer esporte”, afirmou o presidente do CPB.

A deputada Laura Carneiro afirmou ter ficado impressionada com os dados e números apresentados e reforçou a importância da capacitação adequada dos profissionais de Educação Física no atendimento à crianças e adolescentes com deficiência, sugerindo que os Conselhos Regionais de Educação Física sejam mobilizados.  “O comitê demonstra como é possível, acho que esse projeto, todos os projetos que o senhor apresentou só corroboram a ideia de que é possível, através do esporte, transformar e, principalmente, incluir pessoas”, afirmou a presidente da comissão.

Se o planejamento para 2028 começou antes mesmo dos Jogos de Paris 2024, o CPB agora se prepara para Los Angeles já pensando também em Brisbane/Austrália, onde serão disputadas as Paralimpíadas de 2032.

“Já estamos pensando na Austrália, em como vamos representar o Brasil em Brisbane. O Brasil, em Pequim 2022, entra no top 10. Agora, Brasil está no top 5. O Brasil é uma potência paraolímpica, não tem como negar”,  disse Jonas Freire, afirmando ainda que há muitos desafios, mas que está sendo feito todo o trabalho para manter o país entre os cinco maiores medalhistas.

Entre as iniciativas, ele destacou o uso de estudos científicos para o desenvolvimento de protocolos novos, individualizados, para o desporto paralímpico. E mencionou também os diferentes fundos de iniciação e fomento: suporte a mulher no esporte; aos jovens de até 23 anos; e aos atletas com deficiências severas.

Também foram citados os fundos de apoio para atletas em competições e o de equipamentos e materiais, para que confederações possam se equipar com os mesmos equipamentos que os demais países utilizam nas competições internacionais.

Presente no plenário, a atleta Verônica Hipólito, medalhista paralímpica, afirmou que há um bilhão de pessoas com deficiência no mundo, sendo que dessas, 45,9 milhões vivem no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . “A minha mãe demorou dez anos para descobrir e aceitar que era uma pessoa com deficiência, dez anos até entender que não eram as pessoas que falavam baixo demais, era ela que estava surda. A minha mãe aceitou, entendeu e hoje está estudando Libras, inclusive, porque ela me vê no esporte e está fazendo até funcional. Se hoje existe inclusão, e a gente pode até sonhar com inclusão plena, é porque existem pessoas que defendem o esporte”.

*A audiência pública foi organizada em atenção ao Req 30/25, de autoria do deputado Augusto Puppio, que não está no exercício do mandato.