Comissão encerra série de audiências com confederações olímpicas
Reynaldo Lima/Arquivo CESPO
Dirigentes e atletas apresentam planejamento das confederações para os próximos Jogos Olímpicos
Participaram da audiência: pelo badminton, a integrante da Comissão de Atletas, Fabiana da Silva, e o presidente da Confederação Brasileira de Badminton, Francisco Ferraz de Carvalho; pela ginástica, a presidente da Comissão de Atletas, Natalia Gaudio, o coordenador geral, Henrique Motta, e a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Maria Luciene Cacho Resende; pelo golfe, o membro da Comissão de Atletas, Pablo De La Rua (por web confederência), - o presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Euclides Gusi não compareceu, mas justificou sua ausência; pelo tênis, o integrante da Comissão de Atletas, Ymanitu Geon da Silva, e o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Rafael Westrupp; e pelo tênis de mesa, o membro da Comissão de Atletas, Alexandre Macieira Ank, o secretário-geral, Pablo Ribeiro, e o CEO da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Geraldo Campestrini.
Educação Física
Uma política pública questionada durante a audiência foi a permissão para que o professor regente conduza as aulas de Educação Física, dispensando a presença do profissional com formação específica. A norma está prevista em resolução do Conselho Nacional de Educação (resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010) e vale para o 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A crítica veio do vice-presidente da Comissão de Atletas da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alexandre Macieira Ank. Para ele, essa política tem impacto na formação de atletas, uma vez que o primeiro contato das crianças com o esporte acontece geralmente na escola.
“Se não incentivar prática esportiva para melhorar qualidade de vida, a mobilidade, a gente vai acabar perdendo as crianças para outras coisas, como celular, jogos, computador e a parte psicomotora fica bem afetada e prejudica a formação como pessoa. Como vai trabalhar esses meninos e dar condições para eles se não têm nos primeiros momentos contato com profissional adequado de educação física para desenvolver habilidades motoras e levar para o resto da vida toda? É a formação do cidadão e é um direito deles”, disse.
Massificação do esporte
A descoberta de talentos por meio da massificação do esporte nas escolas é uma estratégia da Confederação Brasileira de Badminton. Segundo o presidente, Francisco Ferraz, a entidade estimula a inclusão desse esporte nas escolas por meio da formação de professores escolares, da doação do material esportivo e do apoio a jogos escolares.
“Esporte barato, porque na escola, quando você trabalha turmas de badminton, consegue atender maior número de crianças do que outros esportes. 30, 35 ao mesmo tempo na quadra. Todo mundo fica feliz, não fica esperando para entrar. Temos Teresina (PI) que tem 30 escolas com badminton constantemente, cada uma com mil alunos. Pelo menos 30 mil praticantes”, observou.
Ginástica
O trabalho de base é estratégia também da Confederação Brasileira de Ginástica. O projeto Centro de Excelência Caixa Jovem Promessa de Ginástica atende mais de 1.500 crianças com atividades de ginástica artística e ginástica rítmica, em 15 unidades distribuídas pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.
A Confederação Brasileira de Tênis apresentou, por sua vez, projeto que envolve a doação de cadeiras de rodas e a capacitação de professores para escolinhas de diversos estados com o objetivo de difundir essa modalidade paralímpica.
Presente e futuro
Ao comentar a atual situação do esporte no Brasil, o deputado Luiz Lima (PSL-RJ) revelou arrependimento por ter concordado com o fim do Ministério do Esporte. No governo Bolsonaro, a pasta passou a fazer parte do Ministério da Cidadania. Para Luiz Lima, é necessário haver no comando das políticas públicas do setor uma pessoa que viva 100% o esporte e que possa trabalhar com autonomia.
“A gente não pode ter medo de mudar. Se fez alguma mudança e identifica que ela não foi satisfatória para atingir o que esperava, não é vergonha mudar. O Ministério da Cidadania ficou muito grande. Eu como atleta olímpico, eu sendo ministro de um ministério que tem cultura e esporte juntos, vou olhar mais para o esporte, apesar de amar cultura. No caso da cidadania, tem um médico, com preocupação social muito grande e as políticas sociais são imensas e requerem tempo. Não é falta de vontade, mas de tempo para se dedicar a uma ação que não tem ligação tão forte”, observou Lima.
Com Agência Câmara/Verônica Lima