Audiência discute o planejamento dos desportos aquáticos para Paris 2024

A Comissão do Esporte realizou audiência pública, nesta terça-feira, com o intuito de debater o planejamento e programas direcionados aos desportos aquáticos brasileiros neste ciclo olímpico de Paris 2024, de forma a atender ao requerimento nº 9/22 do deputado Luiz Lima (PL/RJ).
24/05/2022 19h21

Elaine Menke/Câmara dos Deputados

Audiência discute o planejamento dos desportos aquáticos para Paris 2024

Deputado Luiz Lima (PL/RJ) preside audiência que discute o planejamento dos desportos aquáticos para Paris 2024

Para o autor, a importância do debate ocorre já que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) recebe fundos oriundos das loterias. Além de que as cinco modalidades que contemplam os desportos aquáticos (natação, águas abertas, nado artístico, polo aquático e saltos ornamentais) são responsáveis por um grande quantitativo de medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos.

Ao abrir as exposições, o presidente da CBDA, Luiz Fernando Coelho, relatou que apesar dos graves problemas financeiros que a confederação passa, “não falta um centavo para levar nenhuma das seleções das cinco modalidades para nenhuma competição internacional”. Juntamente ao presidente, o CEO e vice-presidente da confederação, Renato Cordani, lembra que foi possível fazer uma seleção pré-olímpica com segurança, mesmo no auge da pandemia de Covid e relatou que, "dentro da piscina, temos tido resultados muito bons". Cordani finaliza ao dizer que, "nas medalhas a gente vai bem. A gente só não vai bem financeiramente"

Mesmo com os relatos sobre crises financeiras dentro da CBDA, um dos membros da Comissão de Atletas de Polo Aquático, Rudá Franco, relatou que os tempos mais difíceis já passaram e isso se deve “graças à competência das pessoas que estão lá dentro". Segundo ele, uma das ações adotadas pela nova gestão é a transparência sobre os gastos e receitas nos últimos anos. O atleta ainda diz que “a CBDA deixou de ser um problema e está sendo a solução para o polo aquático"

Segundo o Secretário Nacional de Alto Rendimento da Secretaria Especial do Esporte, Bruno Souza, a secretaria teve muitos problemas com as gestões anteriores da confederação, mesmo com bons resultados em termos olímpicos. “A Secretaria de Alto Rendimento tem muita satisfação em iniciar alguns projetos com o polo (aquático). Dar continuidade a grandes projetos de excelência no salto ornamental e não só focado exclusivamente na natação, mas também em maratonas de águas abertas”, relatou.

Durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 serão distribuídas 49 medalhas de ouro para os esportes aquáticos, portanto, para o comentarista de natação, Alexandre Pussieldi, é uma modalidade que merece bastante atenção. “Hoje nós temos, sem dúvida nenhuma, a maior nadadora de águas abertas do mundo, a Ana Marcela Cunha” que ajudou o Time Brasil a ter a melhor campanha da história, para ele. O jornalista também acredita ser necessária uma aproximação entre o esporte competitivo e o esporte escolar, já que ambos vivem de suporte governamental. “A CBDE (Confederação Brasileira de Desportos Escolares), a CBDU (Confederação Brasileira de Desportos Universitários) e a CBDA precisam se sentar juntas e fazer um calendário e organização dos eventos de forma conjunta”, disse.

Para o representante da Comissão de Atletas de Maratonas Aquáticas, Allan Lopes Maméde do Carmo, a modalidade de águas abertas “tem evoluído bastante, não só em termos de organização, mas em termos de regras, segurança e em termos de participação. É um esporte de muito potencial e que gera muita renda”. Além disso, possui a facilidade de poder ser praticado em qualquer canto no Brasil.

Já em relação aos saltos ornamentais, o presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO), Ricardo Moreira, diz que para este ciclo há a pretensão de classificar seis atletas para Paris 2024, o que superaria o recorde de quatro classificados por meio de eliminatórias. Apesar das altas pretensões, o presidente reconhece que a confederação ainda é pequena mas afirma que "está com um prognóstico muito bom para os próximos anos”, mesmo que nenhum dos 10 clubes associados recebam recursos do Comitê Brasileira de Clubes (CBC).

Rogério Romero, Gerente de Esporte do Minas Tênis Clube, reafirma que o incentivo não deve ser feito apenas para a formação de atletas, mas também para a construção de cidadãos. De acordo com ele, o clube ainda “acompanha diversas outras coisas, como atletas com bolsas no exterior. Às vezes ele não alcançou aquela excelência, mas ao mesmo tempo deu oportunidade de ele ter uma bolsa estudantil no exterior”.

Por fim, o deputado Luiz Lima afirma que o mais importante dentro das confederações e federações é que o patrocinador tenha a confiança de que o patrimônio vai ser bem aplicado e transparente.

 

Por Ascom/Cespo