Atletismo e natação vivem momentos distintos em preparação para Tóquio 2020, dizem dirigentes
Reynaldo Lima/Arquivo CESPO
Atletas e dirigentes discutem preparação para os Jogos Olímpicos de 2020
Participaram da audiência Wlamir Campos, Vice-Presidente da CBAt; Ricardo Prado, Diretor Técnico da CBDA; Joana Ribeiro Costa, membro da Comissão de Atletas da CBAt; Tammy Galera, membro da Comissão de Atletas da CBDA - Saltos Ornamentais; e Rudá Franco, membro da Comissão de Atletas da CBDA - Pólo Aquático.
O vice-presidente da CBAT, Wlamir Campos, informou que a entidade conta com orçamento em torno de R$ 20 milhões neste ano, vindos principalmente do patrocínio da Caixa Econômica Federal e da Lei Agnelo/Piva. A delegação do atletismo deverá contar com 47 atletas em Tóquio e algumas promessas de medalha, como Darlan Romani, no arremesso de peso; Alisson Brendon dos Santos, nos 400 metros com barreira; e Paulo André Camilo de Oliveira, o primeiro brasileiro a correr os 100 metros abaixo de 10 segundos. O otimismo também se deve à nova gestão esportiva, que garantiu maior participação dos atletas na assembleia geral da confederação.
Atletismo ampliou participação dos atletas nas decisões da Confederação
Luiz Lima defende o desmembramento da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos
"Por exemplo, a gente teve uma reunião agora, no Troféu Brasil, para discutir os critérios de convocação dos Jogos Olímpicos. Antigamente não tinha essa oportunidade de estar dentro da confederação, participando dessas decisões", relatou Joana Ribeiro Costa, competidora do salto com vara. "Hoje a gente participa dessas decisões de programa, horário e tem voz dentro da entidade."
Crise
Por outro lado, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) ainda tenta superar uma sequência de crises marcadas por prisões de ex-dirigentes e intervenções. Atual diretor-técnico da entidade, o medalhista de prata nas Olimpíadas de Los Angeles (1984), Ricardo Prado, admitiu a falta de recursos após a perda do patrocínio dos Correios.
"A preparação para 2020 está muito difícil, devido às nossas situações financeira e política. Mas tudo indica que a gente começará o ano om novo presidente e nova diretoria", afirmou Prado. "Felizmente os esportes aquáticos do Brasil são feitos nos clubes e não dependem tanto de confederação. Temos o Minas Tênis Clube e o Pinheiros investindo muito, e eles vão continuar fazendo isso independentemente do que acontece com a CBDA."
A eleição do novo presidente da CBDA deve ocorrer até o fim do ano. Para o organizador do debate, deputado Luiz Lima (PSL-RJ), que foi nadador olímpico e medalhista de ouro no Pan de Winnipeg (1999), a solução financeira das confederações passa por uma menor dependência de verbas públicas.
Sugestão
Lima defendeu a separação das cinco modalidades que hoje integram a CBDA: natação, polo aquático, nado sincronizado, saltos ornamentais e maratona aquática.
"Acredito que o próprio Comitê Olímpico Brasileiro (COB), vendo a atual situação, enxergue nesse movimento uma possibilidade de criar novas confederações para salvar esses cinco esportes", declarou o parlamentar. "A natação e a maratona aquática têm uma base maior nos clubes. Mas eu gostaria, sim, de ver o polo aquático e os saltos ornamentais também com uma confederação de excelência."
Apesar da crise, a natação trouxe 30 medalhas para o Brasil no Pan-Americano de Lima, encerrado em agosto. Nos campeonatos mundiais, a multicampeã Ana Marcela Cunha já garantiu índice olímpico para a maratona aquática e Bruno Fratus conquistou a medalha de prata nos 50 metros livres, em julho.
Com Agência Câmara