Xucuru-kariri buscam apoio da CDHM para demarcação do território
A justiça já determinou à União, através de um acórdão de 2017, a demarcação definitiva do território num prazo de 5 anos. Não cabe nenhum tipo de recurso. Atualmente os Xucuru-kariri convivem, na área de 7 mil hectares, com 500 posseiros que usam a terra em minifúndios. Porém, a Funai ainda não deu início ao processo regulatório, que inclui diversas etapas, como a retirada dos posseiros, até a demarcação final. Além disso, os indígenas dessas aldeias não contam com posto de saúde ou escolas próximas. Eles informam a morte de idosos por falta de medicamentos e atendimento médico, a prostituição de crianças e adolescentes e a incidência do tráfico de drogas no território.
“Queremos que a Comissão de Direitos Humanos possa acompanhar e monitorar esse processo de regularização das nossas terras. Hoje, por exemplo, estivemos na Funai e lá fomos informados que eles contam com apenas uma equipe para atender casos como o nosso, onde a União tem que cumprir a ordem judicial”, relata Cássio Júnior Ferreira, da Juventude Xucuru-kariri.
O presidente da CDHM, Helder Salomão (PT/ES), afirmou ao grupo que “podem contar com o apoio da Comissão porque sabemos há quanto tempo os indígenas têm resistido, e ainda mais agora que estamos vivendo retrocessos em conquistas na sociedade civil”.
A CDHM deve vai acompanhar a situação da demarcação das terras e solicitar informações sobre a prestação dos serviços nas áreas de saúde e educação.
Pedro Calvi / CDHM