Violência sexual contra crianças em Cavalcante - Autoridades tomam providências após ação da CDHM
Luiz Henrique Oliveira
O presidente da CDHM, deputado Paulo Pimenta, em reunião com moradores da cidade de Cavalcante (GO)
Além desse episódio, nos últimos dias, o magistrado despachou outras 27 ordens judiciais. Antes da presença da Comissão de Direitos Humanos na cidade, moradores reclamavam que processos de estupro tramitavam com lentidão. Na Escrivania Criminal e de Fazendas Públicas do Fórum de Cavalcante havia 34 processos de violência sexual, sendo 31 contra crianças e adolescentes.
Na audiência pública da última segunda-feira (20), moradores de Cavalcante pediram aos parlamentares da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados o fim das impunidades. Por conta das denúncias dos crimes de pedofilia, representantes do Conselho Tutelar afirmaram que estão sofrendo ameaças de morte, que a sede do Conselho foi invadida e relatórios referentes a crimes sexuais contra crianças e adolescentes foram roubados.
O presidente Paulo Pimenta (PT-RS) disse que a CDHM encaminhou pedidos de informação ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao Ministério Público do Estado de Goiás. Também solicitou ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal apure as violações contra os direitos humanos no município de Cavalcante.
O parlamentar enfatizou que não serão admitidas intimidações à comunidade. “Sentimos que as pessoas ainda têm muito medo de denunciar, sofrem represálias. A Comissão dará o apoio necessário para a comunidade passar a limpo todos esses episódios de pedofilia e para que as autoridades possam agir”, assegurou o deputado. Como forma de garantir a segurança dos moradores, o deputado Paulo Pimenta informou que qualquer ameaça às pessoas que participaram da audiência pública será considerada uma intimidação ao trabalho da Comissão de Direitos Humanos, e os casos serão levados à Polícia Federal e tratados na esfera federal.
Outro episódio em que os moradores de Cavalcante aguardam desfecho é o que envolve o vereador Jorge Cheim, marido da atual vice-prefeita de Cavalcante, e uma menina de 12 anos também da comunidade Kalunga. De acordo com o delegado da Polícia Civil, Diogo Luiz Barreira, a prisão do vereador foi pedida em duas oportunidades, mas os pedidos foram negados, mesmo que, segundo o delegado, "tenham sido apresentados todos os indícios necessários”.