Os problemas de saúde decorrentes de contaminação por substâncias tóxicas é tema de uma audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) realizará na quinta-feira, dia 15 de setembro de 2005, na Câmara dos Deputados. A iniciativa de se realizar o debate sobre o assunto é da presidente da CDHM, deputada Iriny Lopes (PT-ES) e decorre do grande número de denúncias recebidas pela comissão de contaminação de trabalhadores com amianto, benzeno, césio e inseticidas organofosforados.

A audiência tem o objetivo de buscar uma regulamentação na utilização dessas substâncias e a adoção de medidas para proteger as pessoas que trabalham manipulando tais produtos.

Dentre os quatro produtos cuja utilização será debatida na audiência pública, os efeitos do césio é o mais conhecido da população brasileira. Em 1987, um grave acidente com césio, em Goiânia, contaminou e levou a morte várias pessoas que tiveram contato com a substância, presente em um aparelho de raio X. Trata-se de uma substância radioativa, utilizada em aparelhos de radiologia e também na fabricação de baterias alcalinas.

O amianto é mais conhecido por sua utilização na construção civil, na fabricação de telhas e caixas d’água. Mas é também utilizado na fabricação de isolantes e na indústria automobilística é empregado na produção de pastilhas para freios. Desde os anos 80, sua aplicação e os efeitos na saúde das pessoas são discutidos. Cientistas apontam o perigo do contato, mesmo que por pouco tempo, com essa matéria-prima. O pó de amianto é conhecido como "fibra cancerígena", e acaba aspirado durante o manuseio. A fibra se acumula nos alvéolos e o pulmão inicia um processo de cicatrização permanente, tornando-se rígido com o passar do tempo. A discussão sobre o assunto não avança devido a questões econômicas. A indústria do amianto movimenta cerca de R$ 1 bilhão ao ano em negócios no Brasil.

O benzeno é produzido por empresas petroquímicas e utilizado em empresas de siderurgia, indústrias químicas ou laboratórios. Ele está presente na cola utilizada na indústria de sapatos e artigos de couro, em tintas e vernizes. Sua manipulação acarreta uma doença chamada leucopenia, uma diminuição dos glóbulos brancos (leucócitos), responsável pela defesa do organismo.

A utilização de inseticidas organofosforados também merece uma discussão mais aprofundada. Existem vários tipos desses inseticidas utilizados em lavouras. Embora sejam consideradas substâncias atóxicas pelo Ministério da Saúde, que inclusive às utiliza no controle de endemias como dengue e malária, cientistas afirmam que a exposição prolongada a essas substâncias pode causar problemas respiratórios e no sistema nervoso central, além de uma série de sintomas de intoxicação.

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Comissão de Direitos Humanos e Minorias
Luciana Lima — assessoria de imprensa
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