Seminário mostra a relação entre as mudanças climáticas e a garantia de direitos humanos na Amazônia
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), representada pela deputada Vivi Reis (PSOL/PA), 3ª vice-presidente do colegiado, realizou na última sexta-feira, 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o seminário Mudanças Climáticas, Direitos Humanos e Amazônia, no auditório João Batista, da Assembleia Legislativa do Pará, em Belém.
A data não poderia ser mais significativa, como apontou Vivi Reis. "Hoje não podemos debater direitos humanos sem falar em Amazônia, sem falar em meio ambiente e sem falar em território. É preciso colocar com centralidade o debate dos povos indígenas, dos ribeirinhos, dos agricultores, dos quilombolas, dos defensores e defensoras de direitos humanos e do povo das periferias dos grandes centros da região", afirmou a deputada na abertura do seminário.
O seminário reuniu representantes de instituições públicas, movimentos e organizações não governamentais ligados à defesa dos Direitos Humanos e do meio ambiente, como a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH), Unipop, Greenpeace, Ministério Público Estadual, OAB-PA, Movimento Sem Terra, Movimento dos Atingidos por Barragens, entre outros.
O seminário foi aberto com uma apresentação do pesquisador Guilherme Carvalho. Ele falou sobre os erros do processo de desenvolvimento da Amazônia e mostrou que a degradação do ambiente é parte do projeto que resulta no enriquecimento do norte global. “Nos anos 1990, um relatório que vazou do Banco Mundial dizia que era preciso levar a produção industrial suja dos países mais ricos para o terceiro mundo”, contou, acrescentando que a estratégia era levar os riscos para países onde os problemas sociais e econômicos já fossem grandes o suficientes a ponto de diluir os impactos da atividades poluidoras. “Hoje, quando eu olho para Barcarena, vejo essa proposta em execução”, afirmou.
Sobre a explosão no armazém da mineradora francesa, na qual produtos químicos pegaram fogo e liberaram uma fumaça tóxica na noite da última segunda-feira (6), Carvalho apontou que "só a Imerys esteve envolvida em nove crimes ambientais, mas nenhuma atitude é tomada, como a suspensão de atividades, proibição de acesso a recursos públicos, financiamentos, isenções fiscais, tributárias", afirmou.
Para Vivi Reis, o seminário trouxe elementos muito importantes para discussão e também sugestões que serão incorporadas às ações do mandato. “Um bom resumo de tudo o que foi debatido é que ficou ainda mais nítido que precisamos fortalecer o combate a essa política perversa na qual o lucro se sobrepõe à vida. Este é um dos primeiros encontros dessa construção permanente em defesa da Amazônia”, disse.
Com informações de Simone Romero, Ascom do mandato Vivi Reis.