O foco do evento deste ano é a questão dos preconceitos e da intolerância com as diferenças, apresentando uma questão preocupante. Quanto menos iniciativas forem tomadas para aplacar a disseminação de preconceitos e intolerância, mais cresce a possibilidade de que qualquer pessoa possa ser alvo de ataques de ódio, e não apenas a população LGBT ou segmentos historicamente marginalizados e oprimidos.

As falas do primeiro dia do evento indicaram um consenso: o Legislativo federal é fechado para temas como a diversidade e pluralidade presentes na sociedade brasileira. Outro ponto destacado pelos participantes do evento é a necessidade de resistência a projetos de lei como o Estatuto da Família e o Escola Sem Partido, que ao excluírem o debate em torno da identidade de gênero, do respeito à orientação sexual e ao vetarem a manifestação crítica, incentivam ou mesmo ajudam a proliferar o discurso de ódio e de desrespeito às diferenças.

O seminário contou com a apresentação do Hino Nacional cantado pelas vocalistas trans da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, e teve um formato diferente do habitual nos eventos da Câmara, adotando o modelo “talk show”, com convidados e mediadores se intercalando em suas falas e com maior dinâmica nos debates.

Amanhã, segundo e último dia do seminário, dois temas pautarão os debates: a proliferação de discursos, crimes de ódio e campanhas difamatórias nas redes, como o “bullying” e o “porn revenge”, crime em que a vítima tem sua intimidade exposta por um parceiro ou parceira; e iniciativas de propostas para diminuir a intolerância e construir pactos de cidadania, minimizando a cultura do ódio que se instala na sociedade brasileira.