Psicóloga diz que existem ex-homossexuais e que eles sofrem dupla discriminação

24/06/2015 19h35

A psicóloga especialista em Saúde Mental e Filosofia de Direitos Humanos, escritora e conferencista Marisa Lobo disse que defende a existência de ex-homossexuais. “Eles são duplamente discriminados, porque quando eram homossexuais tinham discriminação em sua família e na sociedade e agora também nos grupos em que viviam.”

Segundo Marisa Lobo, os programas de televisão ridicularizam os ex-homossexuais porque não sabem como eles são por dentro. “Essas pessoas são seres humanos e devem ser respeitadas. Vamos começar agora um movimento de respeito, você pode ser o que quiser ser, na sua orientação e opção.”

Ela participa de audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, sugerida pelo deputado Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), para ouvir o depoimento de pessoas que afirmam ter deixado de ser gays e discutir seu posicionamento e os problemas enfrentados na sociedade.

Histórias Quatro pessoas que sofreram abusos na infância e adolescência contaram suas histórias de como tiveram relacionamentos homossexuais e depois se casaram com pessoas do sexo oposto. Ao longo dos depoimentos, todos afirmaram que não eram realmente homossexuais, mas heterossexuais que tiveram relacionamentos com pessoas do mesmo sexo.

O pastor, conferencista e escritor Joide Pinto Miranda afirmou que sofreu abuso dos 6 aos 7 anos de idade, mas o que o fez começar a ter relacionamentos homossexuais teria sido a ausência paterna. “Aos seis anos fui abusado por um advogado, tentei contar para o meu pai, mas ele não tinha tempo para mim.” Ele contou que saiu de casa aos 12 anos e foi atuar como travesti primeiro em São Paulo e depois na Europa. Por um pedido da mãe, voltou ao Brasil e deixou a profissão. “Nunca fui doente quando era homossexual, mas tinha a alma dilacerada. Na verdade eu nunca fui gay, nasci hétero, mas a vida me levou para esse caminho”, disse.

A estudante de Psicologia e radialista Raquel Guimarães contou que foi abusada dos 8 aos 15 anos e, aos 11 anos, começou a sentir o desejo por mulheres. “Passei a rejeitar a imagem de homem. Não me sentia bem e não conseguia ver um futuro feliz ao lado de um homem.”

Apoio psicológico Para o pastor, cantor evangélico e conferencista Robson Alves, falta ajuda psicológica para quem vive relacionamentos homossexuais, mas não se sente feliz nisso. “Fui indicado pela psicóloga para viver minha homossexualidade, mas eu não era feliz nisso. A pessoa que quer deixar de ser homossexual, ela pode deixar.”

O pastor, professor e radialista Arlei Lopes Batista disse que não foi transformado em heterossexual. “Para desconstruir a homossexualidade no meu processo, eu precisava entender quem eu era. Alguém me ajudou a tratar os gatilhos que me levaram à homossexualidade.” Segundo ele, os impulsos sexuais pelo mesmo sexo teriam surgido por ter sido rejeitado no ventre pela mãe, que gostaria de ter tido uma filha. “Até os três anos ela me vestiu como uma menina e isso trouxe uma confusão.”

Agência Câmara Notícias

Reportagem – Tiago Miranda Edição – Marcos Rossi