Presidente da CDHM vai ao Complexo do Alemão e propõe que Legislativo e Governo Federal participem do debate sobre a segurança pública no RJ após mortes de jovens e criança
A caminhada levou duas horas e incluiu o local onde foi morto o menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, atingido quando brincava no local na última quinta-feira (2) por um tiro de fuzil, que de acordo com o testemunho da mãe da vítima, teria sido disparado por um policial.
O grupo liderado pelo presidente da CDHM e composto por assessores da comissão federal e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro foi abordado por policiais fortemente armados que, aparentando tensão, informaram estarem ali como únicos representantes do Estado brasileiro.
Após a caminhada no Alemão, o presidente da CDHM participou de audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em conjunto com o deputado federal Jean Wyllys e do deputado estadual Marcelo Freixo, os dois do PSOL.
Na audiência, familiares de outras vítimas da letalidade no Alemão contaram histórias como a do caso de dona Elizabeth, morta há poucos dias, e de Caio, mototaxista, de 20 anos. Entre a quarta e a quinta-feira, dia da morte do menino Eduardo, dois jovens e uma criança foram mortos por tiros de fuzil na região. As mortes provocaram várias protestos exigindo paz e justiça no local.
O deputado Paulo Pimenta considerou revelador que essas famílias não tenham sido procuradas por agentes do Estado para prestar ajuda. O presidente da CDHM citou atuação em pelo menos três eixos, como a participação do Ministério da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos na discussão da segurança pública no Rio de Janeiro, a retomada de projeto de construção do campus da UFRJ na região do Alemão e a de um projeto de inclusão.
No encerramento do evento, duas outras ações foram anunciadas. Uma nova audiência a ser realizada pela CDH/Alerj, e outra pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, na própria comunidade do Alemão, para debater uma pauta de reivindicações à esfera federal.