Presidente da CDHM vai ao Complexo do Alemão e propõe que Legislativo e Governo Federal participem do debate sobre a segurança pública no RJ após mortes de jovens e criança

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado federal Paulo Pimenta, visitou nesta segunda-feira (6 de abril) o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, local onde vivem aproximadamente 300 mil pessoas. O deputado esteve acompanhado por lideranças comunitárias e familiares daqueles que foram vítimas fatais da violência dos combates entre policiais e traficantes na região. Paulo Pimenta propôs a participação do Legislativo e do Governo Federal na discussão da segurança pública do RJ.
06/04/2015 17h45

Presidente da CDHM vai ao Complexo do Alemão e propõe que Legislativo e Governo Federal participem do debate sobre a segurança pública no RJ após mortes de jovens e criança

O deputado federal Paulo Pimenta em visita ao complexo do Alemão

A caminhada levou duas horas e incluiu o local onde foi morto o menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, atingido quando brincava no local na última quinta-feira (2) por um tiro de fuzil, que de acordo com o testemunho da mãe da vítima, teria sido disparado por um policial.

O grupo liderado pelo presidente da CDHM e composto por assessores da comissão federal e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro foi abordado por policiais fortemente armados que, aparentando tensão, informaram estarem ali como únicos representantes do Estado brasileiro.

Após a caminhada no Alemão, o presidente da CDHM participou de audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em conjunto com o deputado federal Jean Wyllys e do deputado estadual Marcelo Freixo, os dois do PSOL.

Na audiência, familiares de outras vítimas da letalidade no Alemão contaram histórias como a do caso de dona Elizabeth, morta há poucos dias, e de Caio, mototaxista, de 20 anos. Entre a quarta e a quinta-feira, dia da morte do menino Eduardo, dois jovens e uma criança foram mortos por tiros de fuzil na região. As mortes provocaram várias protestos exigindo paz e justiça no local.  

O deputado Paulo Pimenta considerou revelador que essas famílias não tenham sido procuradas por agentes do Estado para prestar ajuda. O presidente da CDHM citou atuação em pelo menos três eixos, como a participação do Ministério da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos na discussão da segurança pública no Rio de Janeiro, a retomada de projeto de construção do campus da UFRJ na região do Alemão e a de um projeto de inclusão.

No encerramento do evento, duas outras ações foram anunciadas. Uma nova audiência a ser realizada pela CDH/Alerj, e outra pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, na própria comunidade do Alemão, para debater uma pauta de reivindicações à esfera federal.