Presidente Assis do Couto fala sobre avanços do tema segurança alimentar no Parlamento em evento do Consea

Para debater temas relacionados ao acesso a terra e a alimentação, o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) realizou em dois dias (terça e quarta-feira), uma Mesa de Controvérsias sobre Terra e Território. Convidado para participar do evento, o deputado Assis do Couto, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, comentou avanços legislativos sobre o tema e contextualizou a importância de garantir o povoamento do campo brasileiro.
05/11/2014 17h10

Patricia Soransso

Presidente  Assis do Couto fala sobre avanços do tema  segurança alimentar no Parlamento em evento do Consea

Presidente da CDHM, deputado Assis do Couto, em debate no Consea

O “Mesa de Controvérsias” é um evento realizado com frequência pelo Consea. Em outras oportunidades, temas como o uso de agrotóxicos e transgênicos já povoaram as mesas de debate, que reúnem representantes da sociedade e do governo para aprofundar questões relacionadas à segurança alimentar e nutricional.

Além do deputado Assis do Couto, participaram da mesa de debates Darci Frigo, do movimento Terra de Direitos, o juiz Rodrigo Rigamonte Fonseca, a subprocuradora-geral da República, Déborah Duprat, e representantes do Ministro da Justiça.

Em seu discurso, o presidente da CDHM traçou, em primeiro lugar,  um panorama da ocupação do campo brasileiro, comparando um campo hegemônico, monocultor, voltado para a exportação e desabitado com um campo diverso, que preza pela policultura, voltado para a produção de alimentos consumidos dentro do País, e povoado.

“A violência no campo, a violência contra aquelas minorias que querem garantir o acesso à terra não diminui. E, como consequência disto, não diminui também a violência nos grandes centros urbanos, que no meu ponto de vista é um reflexo direto do êxodo rural”, analisou o parlamentar.

Para Assis, a relação entre o crescimento do valor das commodities e as perspectivas do agronegócio e o aumento da violência é proporcional. “A violência urbana tem origem em um campo que se esvazia”, completou.

O deputado elogiou a atuação do Consea em trazer à tona o tema, mas ponderou que temas como o acesso à terra, e o direito humano à alimentação, terá dificuldades de transitar no Congresso na próxima legislatura. “Já percebi isso na campanha. Não podemos esperar muito do Congresso Nacional, que se o atual já era conservador, o próximo, que tomará posse em 2015, é muito pior”, afirmou o deputado.