Presidência da CDHM se reúne com o Incra para evitar despejo em Gameleira (PE)
Na zona rural do município de Gameleira (PE), famílias de assentados da reforma agrária, que há mais de 25 anos vivem nos engenhos de São Gregório, Alegre I e Alegre II, dormem e acordam apreensivas quanto a seus destinos. Os donos das antigas terras conseguiram anular o decreto de expropriação da área, onde as trabalhadoras e os trabalhadores rurais produzem coco, abacaxi, mandioca e cana de açúcar. O assunto foi tema de reunião do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), deputado federal Carlos Veras (PT/PE), com representantes do Incra, de movimentos sociais e de instituições públicas que atuam no caso, realizada nesta terça-feira (22).
O imóvel, de 912 hectares, foi declarado de interesse social em 1996 e incluído na política nacional da reforma agrária. “A responsabilidade sobre essas famílias é do Estado brasileiro. É urgente que o Incra tome todas as medidas judiciais e adote as políticas públicas possíveis para evitar que essas famílias sejam despejadas, coladas nas ruas”, afirmou Carlos Veras (PT/PE).
Os participantes apresentaram aos representantes do Incra solicitações de imediata reavaliação do imóvel, que deve considerar, além do valor da área, o valor das benfeitorias e os custos de reassentamento e indenização das famílias; de o Incra propor nova negociação judicial, e, em caso de insucesso dessa nova negociação, que a autarquia apresente, nos processos judiciais, o planejamento de reassentamento das famílias atingidas, com definição de local e cronograma inicial.
Participaram da reunião virtual, Giuseppe Serra, diretor de Desenvolvimento Consolidação de Projetos de Assentamentos do Incra; Thiago Angelus Brandão, superintendente Regional de Pernambuco, do Incra; Natália Soares, procuradora da República; Roberto Efrem, Vilma Herculano, Fernando, José Eron, Eloisa Sias Gonçalves e Carlos Madeira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST); Edson Guerra, promotor de Justiça Agrário; André Carneiro Leão, defensor Público da União; Isabel Paixão, defensora Pública Estadual; Analice Uchoa Cavalcanti e João Andrade, procuradores federais da Advocacia-Geral da União; Almir Filho, procurador do Estado de Pernambuco; e Michelle Santos, assessora jurídica da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da ALEPE.
Texto: Mariana Sacramento