Presidência da CDHM pede ao governo e justiça de MG investigação sobre atuação de milícias contra trabalhadores rurais
Helder Salomão (PT/ES) e Rogério Correia (PT/MG) no acampamento Arco-Íris durante diligência da CDHM (set/2019)
“Queremos que o Executivo e a Judiciário mineiros atuem com urgência para garantir a integridade física dos trabalhadores rurais sem-terra do local, são denúncias graves de ameaça ou violação de direitos humanos”, afirma Salomão. O parlamentar lembra que em setembro de 2019 a CDHM fez uma diligência ao local. O grupo foi formado por deputados federais, estaduais, Ministério Público de Minas Gerais e representantes de movimentos sociais. “Na ocasião, foram relatadas, por diversos trabalhadores rurais do acampamento Arco-Íris, ações de violência e despejo sem ordem judicial feitas por pessoas armadas com nítido envolvimento de milícias”. A atuação de grupos paramilitares é proibida pela Constituição.
O acampamento
O acampamento Arco-Íris existe há 12 anos e abriga cerca de 60 famílias, integrantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL). O acampamento fica às margens da rodovia MGT-461. Em julho de 2018, saiu o decreto de desapropriação da Fazenda Usina Gurinhatã, destinada ao assentamento do grupo. Porém, falta a emissão do Título da Dívida Agrária (TDA), para que seja feita a imissão do Incra na posse da área. Na pequena faixa de terra onde vivem os acampados são cultivados mandioca, pepino, abóbora, batata doce, verduras, feijão, amendoim, milho e frutas. Crianças que nasceram no local não sabem o que é uma casa com água e luz.
Pedro Calvi / CDHM