Povos diferentes, direitos iguais
Para debater o marco que conceitua os Povos Tradicionais de Matriz Africana, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) promove, nesta quinta-feira (9), às 14h, no plenário 9 da Câmara dos Deputados, uma audiência pública.
“São grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem dessa forma. Têm formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para se reproduzir de forma cultural, social, religiosa e econômica. Além disso, usam conhecimentos, inovações e práticas de geração em geração”, esclarece a deputada Erika Kokay (PT/DF), que pediu a realização do debate.
Para Erika, a definição que está no decreto 6.040 necessita de aprofundamento, para que o Estado reconheça esses Povos, alguns deles descendentes de escravos. Sempre observando os acordos internacionais que consideram a escravidão como crime de Lesa Humanidade, que teve a Convenção ratificada pela Organização das Nações Unidas, em 2001, na Conferência de Durban, na África do Sul.
“A partir dessa Convenção, avanços aconteceram, como a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, que incluiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura AfroBrasileira". Além do ProUni, do Fies, da Lei de Cotas e da criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab)”, pontua Erika Kokay.
A proposta da audiência pública é levantar subsídios para a elaboração políticas públicas afirmativas que incluam os Povos Tradicionais de Matriz Africana na cidadania. Políticas nas áreas da segurança, combate à intolerância, acesso ao emprego, educação, segurança alimentar e saúde, entre outras.
Devem participar do encontro representantes da prefeitura de São Leopoldo (RS), Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, Conselho Nacional de Segurança Alimentar, Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Teia Nacional Legislativa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (RJ), Rede Brasil Afroempreendedor (Reafro) e da Universidade Nacional de Brasília.
A audiência pública da CDHM, que é presidida pelo deputado Luiz Couto (PT/PB), será transmitida ao vivo pelo Facebook e Youtube da Comissão, e pelos canais oficias da TV Câmara.
Pedro Calvi / CDHM