Polícia Federal também deve investigar as ameaças de morte e violência feitas contra vereadoras negras eleitas em novembro
Foto: Fernando Bola
Vereadoras eleitas, parlamentares e sociedade civil durante reunião no dia 10 de dezembro.
O delegado da Polícia Federal, Leonardo Ferreira informa que a Coordenação-Geral de Polícia Judiciária e a Divisão de Estudos, Legislação e Pareceres fizeram manifestações favoráveis para que a PF de Joinville apoie e colabore na apuração do caso, acompanhando a investigação já iniciada pela polícia civil local.
No documento enviado à Salomão, a Polícia Federal adianta que um dos pontos de atuação do órgão poderá ser na identificação exata da autoria das mensagens com as amaças de morte. “Os e-mails, tanto a Ana Lucia quanto a Ana Carolina, foram enviados pelo remetente ‘Ricardo Wagner Arouxa’. O IP 84.20.00094, da 1ª Delegacia de Joinville, constatou que os criminosos utilizaram o provedor da Suíça, o que está dificultando a identificação da autoria”, apontou o presidente da CDHM.
No dia 15, os ofícios foram enviados para o Presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba, Sabino Picolo; ao Procurador-Geral de Justiça de Santa Catarina, Fernando Comin; ao Secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, Paulo Koerich; para o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Romulo Soares; ao Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Antônio Aras, ao Diretor-Geral da Polícia Federa; para o Procurador-Geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia e ao Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Joinville, Cláudio Aragão.
No dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a presidência da CDHM promoveu uma reunião, a pedido das organizações civis Terra de Direitos, Criola, Justiça Global e Instituto Marielle Franco. Participaram Luiza Erundina (PSOL/SP), Benedita da Silva (PR/RJ), Talíria Petrone (PSOL/RJ, Áurea Carolina (PSOL/MG), além das vereadoras Ana Dartora (PT/PR) e Ana Lúcia Martins (PT/SC).
“A violência contra as mulheres negras cresce à medida em que elas ocupam mais espaços de poder e isso é absolutamente inaceitável do ponto de vista da democracia e dos direitos humanos e as instituições devem atuar para enfrentá-lo”, afirma presidente da CDHM.
Pedro Calvi / CDHM