Parlamentares solidarizam-se com Battisti

18/11/2009 11h00

Brasília(DF) - Com aparência debilitada em razão da greve de fome que já dura seis dias, o ex-ativista italiano, Cesare Battisti, recebeu apoio e solidariedade de uma comissão de parlamentares do Congresso Nacional, liderada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), deputado Luiz Couto (PT-PB). O encontro aconteceu nesta terça-feira (17),no auditório do presídio da Papuda. "A greve de fome do Battisti é fruto de quem está em situação de ansiedade, estress, angústia e depressão.

Ele tem toda a nossa solidariedade. A nossa preocupação com a saúde dele, vem antes mesmo do julgamento, pois havíamos percebido o quanto estava debilitada", disse Luiz Couto. O deputado acredita que o governo brasileiro, mesmo que o STF decida pela extradição, manterá o refúgio. Ele explica também, que a jurisprudência brasileira é de não permitir que aqueles que pedem refúgio sejam extraditados.

Couto alerta que se ocorrer extradição, Battisti cumprirá prisão perpétua na Itália. Segundo o parlamentar, muitos que passaram por essa experiência naquele país, se suicidaram.

Battisti disse que a argumentação do relator do processo, ministro Cesar Peluzzo, contrário à decisão do Governo do Brasil foi como um "soco no estômago". Ele apontou, ainda, contradição em um dos argumentos utilizados pelo STF. "A Itália me condena por crime político e o Brasil me extradita por crime comum?", questionou.

O ex-ativista contou que na Itália somente presos políticos recebem como sentença a prisão perpétua. Segundo Battisti, quem recebe essa condenação fica seis meses sem ver a luz do sol. "Essa é uma condenação de morte".

O governo brasileiro, através do ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio político a Cesare Battisti, em janeiro deste ano. Battisti foi condenado na Itália a prisão perpétua, por quatro homicídios cometidos nos anos 70, quando pertencia a um grupo político de extrema esquerda. Foi preso no Rio de Janeiro em 2007.

O STF retoma o julgamento do caso nesta quarta-feira (18). O placar aponta quatro votos a favor e quatro contrários. Caberá ao presidente, Gilmar Mendes o voto de minerva, ou seja, o desempate.

Participaram da visita os deputados Luiz Couto (PT-PB), presidente da CDHM, Pedro Wilson(PT-GO), vice-presidente da mesma comissão, Praciano (PT-AM), Chico Alencar (PSol-RJ), Ivan Valente (PSol-SP), Velozo (PMDB-BA) e Pastor Pedro Ribeiro (PR-CE), além dos senadores José Nery (PSol-PA), Eduardo Suplicy (PT-SP), Fátima Cleide (PT-RO) e João Pedro (PT-AM).

Junto com os parlamentares, estiveram presentes ao encontro lideranças dos movimentos sociais, estudantis e sindicais.

Por Benildes Rodrigues - Informes (Liderança do PT - www.informes.org.br)

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