Parlamentares demandam apuração de ameaças de morte contra deputada do PSOL em Minas Gerais

Andréia de Jesus é a primeira mulher negra eleita para a Assembleia Legislativa e está à frente da Comissão de Direitos Humanos. Além da apuração das ameaças de morte, foi solicitada escolta para a deputada
09/11/2021 17h16

Reprodução portal PSOL

Parlamentares demandam apuração de ameaças de morte contra deputada do PSOL em Minas Gerais

Andreia de Jesus (PSOL/MG)

O deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Carlos Veras (PT/PE), e as deputadas Vivi Reis (PSOL/PA), 3ª Vice-Presidente do colegiado e Talíria Petrone (RJ), líder do PSOL na Câmara, demandaram na última sexta-feira (5) ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, apuração de ameaças de morte contra a deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL/MG), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Além da apuração urgente das denúncias de ameaças de morte, foi solicitado ao governador e ao secretário de justiça e segurança pública do estado a determinação imediata de policiais para fazer a escolta da deputada estadual, de forma que não gere prejuízo ao exercício de seu mandato.

As ameaças são objeto de ocorrência policial já registrada e foi transmitida à CDHM pela deputada Talíria Petrone. O pedido de providências foi reforçado pelos parlamentares do PSOL, Áurea Carolina (MG), David Miranda (RJ), Fernanda Melchionna (RS), Glauber Braga (RJ), Ivan Valente (SP), Luiza Erundina (SP) e Sâmia Bomfim (SP).

Os parlamentares apontaram que a pesquisa conjunta da Terra de Direitos e Justiça Global mapeou 327 casos de violência política. Entre 1º de janeiro de 2016 e 1º de setembro de 2020, foram registrados 125 assassinatos e atentados, 85 ameaças, 33 agressões, 59 ofensas, 21 invasões e 4 casos de prisão ou tentativa de detenção de agentes políticos, pré-candidatos, candidatos ou eleitos. Somente entre 2 de setembro e 29 de novembro de 2020, ocorreram 109 casos de violência política e eleitoral, sendo 14 assassinatos, 66 atentados e 29 agressões, ameaças e invasões. Segundo o mesmo relatório, mulheres políticas, em especial mulheres negras, são as mais afetadas pela violência política.

​Ainda de acordo com a pesquisa, houve aumento dos atos violentos contra a vida nos últimos anos: de 19 assassinatos e atentados em 2017 para 32 em 2019. Em 2020, até 29 de novembro, foram registrados 107 casos de assassinatos e atentados contra agentes políticos, número 5 vezes maior do que o de 2017.

Também foram solicitadas providências ao Procurador-Geral de Justiça e ao Presidente da Assembleia Legislativa.

Fábia Pessoa/CDHM