Juiz assegura que ressocialização recupera mais presos

07/04/2005 00h00

O juiz da Comarca de Itaúna (MG) Paulo Antônio de Carvalho garantiu há pouco, na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que a recuperação dos detentos da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), de Minas Gerais, é maior do que a dos presídios comuns. Segundo ele, 91% dos presos que deixam a Apac não voltam a reincidir no crime. A média nacional é de apenas 15% de recuperação.
Carvalho apontou que até a criminalidade em Itaúna, cidade onde está localizada a associação, caiu 20% nos últimos cinco anos.

 

VÍDEO

O juiz apresentou um vídeo que detalha o funcionamento da Associação. Segundo ele, trata-se de um presídio humanizado, que funciona como educandário, recuperando o condenado e ao mesmo tempo protegendo a sociedade. "Para que o trabalho dê resultado, é preciso envolver a comunidade local, a família dos condenados e os poderes públicos", assinalou.
Dentro dessa perspectiva, há um enfoque grande para a parte de educação e profissionalização dos internos, sempre chamados de "recuperandos" e nunca de presos. A Apac também inclui a prática religiosa ecumênica, com o resgate de valores positivos.
A audiência pública da Comissão foi solicitada pelos deputados Ivo José (PT-MG) e Iriny Lopes (PT-ES) para discutir o método da Associação, que emprega o sentenciado para valorizá-lo e reintroduzi-lo na sociedade