IBGE iniciará planejamento do próximo Censo Agropecuário em 2022
A Diretora de Pesquisas em Exercício, Maria Lucia França Pontes Vieira, comunicou ao Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Carlos Veras (PT/PE), que o planejamento do próximo Censo Agropecuário será iniciado em 2022, e um levantamento de necessidades de informações será realizado junto ao governo e à sociedade.
Carlos Veras solicitou em dezembro ao Presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, a ampliação do Censo Agropecuário para considerar a produção e o perfil dos assentamentos de reforma agrária e populações tradicionais. O parlamentar também apontou que o Censo deve ser planejado com antecedência e em diálogo com as entidades representativas e os movimentos sociais.
Em resposta à solicitação, o IBGE informou que em maio de 2016 firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), com o objetivo de permitir o intercâmbio de informações geográficas, cartográficas e estatísticas do Censo Agropecuário 2017 e do Programa Nacional de Reforma Agrária e Regulação Fundiária. O órgão enfatizou que, como resultado desse acordo, diversas tabulações especiais foram geradas, e outras estão em fase final de elaboração e entrega.
O Instituto explicou também que, em 2018, foi firmado acordo entre o IBGE e a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) para elaboração de tabulações especiais relacionadas à temática indígena, e que está prevista para 2022 a publicação de um novo produto do Censo Agropecuário 2017: “Características gerais das produções agropecuária e extrativista, segundo a cor ou raça do produtor e recortes territoriais específicos”.
Censo Agropecuário 2017
O IBGE explicou que com a redução da verba inicialmente requerida, foram realizadas adaptações pelas equipes técnicas do IBGE, como a diminuição do detalhamento de alguns temas do questionário e o aumento de três para cinco meses no tempo de coleta. Tais adaptações foram sempre balizadas pelas recomendações internacionais chanceladas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O Instituto destacou que o Censo Agropecuário possui uma ampla cobertura temática, mas o aprofundamento em detalhes de todos os temas é praticamente inviável, pela demasiada duração da entrevista aos produtores, pelo tamanho do questionário e pela complexidade de treinamento de mais de 20.000 recenseadores temporários, o que pode resultar em perda de qualidade da informação prestada e o seu registro adequado, sendo a amostragem probabilística a metodologia internacionalmente recomendada para detalhamento temático.
Fábia Pessoa/CDHM