É gol! Time de futebol se mobiliza contra assédio a mulheres nos estádios

Por causa dos casos constantes de assédio a torcedoras e trabalhadoras em seus estádios, o Club de Regatas Vasco da Gama, do Rio de janeiro, criou uma ouvidoria para facilitar os encaminhamentos de denúncias e discutir a violação dos direitos humanos no ambiente esportivo.Também chamou a atenção da agremiação os recentes casos de assédio a repórteres e torcedoras durante a Copa do Mundo na Rússia.
17/07/2018 11h55

Foto: Lucila Frisone/Vasco.com.br

É gol! Time de futebol se mobiliza contra assédio a mulheres nos estádios

A segunda vice-presidente geral do Vasco da Gama, Sônia Andrade, informou ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado Luiz Couto PT/PB), os detalhes da iniciativa.

Entre as medidas, também está a realização de oficinas de conscientização sobre a pratica de atos de violência e assédio cometidos contra mulheres e crianças no ambiente do clube.

“É uma mudança de paradigma. Tenho visto o quanto é importante fortalecer o papel da mulher no esporte, mostrando que podemos sim ocupar os mais diversos cargos. O meu maior desejo é deixar um legado e esta reunião faz parte disso. É uma forma de mostrar aos outros que as mulheres estão sim em todos os espaços e merecem ser respeitadas” afirma Sônia Andrade.

O movimento surgiu da insatisfação com a atual situação de assédio e violência contra as mulheres nas arquibancadas e de diversos setores do esporte. Recentes casos de perseguição insistente e ofensiva em jogos do clube reforçaram a iniciativa.

Entre eles, o que aconteceu com a repórter Bruna Deltry, do Esporte Interativo. Durante a cobertura de uma partida no estádio do Vasco em São Januário, foi assediada com um beijo na boca por um torcedor enquanto fazia a cobertura pré-jogo.

Já a assessora de imprensa do clube, Sarah Borborema, foi agredida com palavrões enquanto trabalhava durante uma partida entre Vasco e Fluminense, no estádio das Laranjeiras. O caso de Sarah reforça a estatística de profissionais mulheres que sofrem com o machismo e o preconceito.

“Quero elogiar o trabalho que o Vaco da Gama vem desenvolvendo. O assédio sexual e moral no ambiente de trabalho são crimes e podem render pena de até dois anos de prisão, além de uma indenização à vítima. Os limites entre uma “cantada” e um ato de assédio são delicados e merecem nossa atenção. Parabenizo a segunda vice-presidente geral do Clube de Regatas Vasco da Gama, Sonia Andrade, pelas diversas ações sociais e campanhas educativas para conscientizar sócios, torcedores, e todos que vão aos estádios, a favor da presença e maior participação das mulheres nesses locais, contra o assédio sexual e moral no ambiente esportivo de modo geral”, destaca o deputado Luiz Couto.                

O Vasco                                            

O clube Vasco da Gama foi fundado em 21 de agosto de 1898. Entre os fatos marcantes da história da instituição, está o ato publicado em 1924, pelo então presidente da agremiação, José Augusto Prestes, que não permitiu que o clube excluísse dos seus quadros atletas negros e os de origem humilde.

 

Pedro Calvi/CDHM