Em entrevista ao Jornal do Brasil, no dia 13, o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS, disse que pretende recolocar na agenda nacional dois temas que os sucessivos governos pós-ditadura militar sempre se esforçaram em evitar: o destino dos 58 desaparecidos na Guerrilha do Araguaia e o papel desenvolvido pelas forças militares da ditadura brasileira (1965-1985) naquela que ficou conhecida como Operação Condor.

Por sua orientação, a comissão deverá realizar audiência pública dia 16 de abril para discutir e definir ações. Entre as ações propostas por Pompeo, é a troca de informações com autoridades do judiciário italiano pediram a extradição de 11 autoridades militares brasileiras - quatro delas já falecidas - acusadas pelo sumiço de dois cidadãos italo-argentinos, Horácio Domingos Campiglia e Lorenzo Ismael Viñas, durante o regime militar.

“Tenho isenção para tratar desses temas. Não tenho outra preocupação que não seja passar o país a limpo”, disse o deputado, que acredita que a comissão pode ajudar esclarecer a suspeita sobre a morte do ex-presidente João Goulart, freqüentemente apontado como uma das vítimas da Operação Condor.

O deputado adiantou que a comissão deverá pedir aos governos da Argentina, do Uruguai e dos Estados Unidos, todos os documentos - com sigilo já desclassificado -, que possam ajudar na elucidação da suspeita.

Araguaia

Segundo o presidente, a Comissão de Direitos Humanos pretende, também, romper o imobilismo que envolve o silêncio de 33 anos em torno da Guerrilha do Araguaia sobre o destino dos 58 ativistas do PCdoB.

Argumentou, ainda, que pretende montar uma agenda em conjunto com as entidades de direitos humanos para definir um roteiro. Em outros períodos, a mesma comissão fez viagens à região do conflito, recolheu restos mortais de supostos guerrilheiros, mas até hoje não indicou resultado das investigações.

ADROALDO DA CUNHA PORTAL

Ass. de Imprensa da presidência

Comissão de Direitos Humanos e Minorias