Comitiva da CDHM avalia condições do Presídio Central de Porto Alegre e ouve testemunha do suposto assassinato de Jango

 

 
Brasília (DF) – Uma comitiva de deputados federais esteve em Porto Alegre(RS), na sexta-feira passada (7/8) para cumprir agenda de atividades da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados.

A missão foi composta pelos deputados Luiz Couto (PT-PB), presidente da CDHM, Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Domingos Dutra (PT-MA), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito que analisou o sistema carcerário brasileiro entre 2007 e 2008.

A agenda teve início no albergue Padre Pio Buck, onde os parlamentares ouviram o detento uruguaio Mário Neiva Barreto, ex-agente de segurança considerado testemunha do suposto assassinato do ex-presidente João Goulart. “Para ele, não há dúvidas de que o presidente João Goulart foi envenenado. Vamos analisar as informações que ele nos passou, confrontar com outras entrevistas que fizemos e ver que medidas poderemos tomar”, informou Luiz Couto.

Pompeo de Mattos complementa informando que Barreto explicou como se articulavam conjuntamente os serviços de repressão uruguaio, argentino e brasileiro, no contexto da Operação Condor. “O ex-agente relatou com detalhes sua participação numa reunião envolvendo um emissário da CIA [Central de Inteligência Americana] e representantes dos órgãos de repressão do Uruguai, Brasil e Argentina, quando foi planejado o assassinato de Jango com a troca do remédio e inserção de veneno, já que ele era bastante descuidado com a sua saúde. E sequer aconteceu a necrópsia do corpo do presidente”, relata o deputado.

Para continuar a análise do caso, a CDHM deve buscar acesso a documentos sigilosos do Brasil e dos outros países envolvidos na Operação Condor.

Melhoras parciais no Presídio Central
Após a conversa com Mário Neiva Barreto, os deputados visitaram o Presídio Central de Porto Alegre, considerado pela CPI do Sistema Carcerário o pior do país.

Segundo Pompeo de Mattos, a instituição apresentou avanços, mas ainda há muito a ser feito. “Foi construída uma nova ala para presos que estavam soltos numa área completamente sem condições e a alimentação também mudou positivamente. Ao lado disso, há problemas como a superlotação e a propagação de doenças como a AIDS e a gripe H1N1”, avalia o parlamentar gaúcho.

Segundo os deputados, a Comissão irá elaborar um relatório detalhado sobre a visita, reconhecendo os avanços realizados, mas apresentando recomendações para a solução dos graves problemas que ainda persistem.


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Rogério Tomaz Jr.
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