Comissão de Direitos Humanos e Minorias entrega documento sobre atuação de uma organização criminosa na Paraíba

Homicídios diminuem na Paraíba, mas muitos crimes continuam sem solução A boa notícia do Atlas da Violência 2018, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), é que a Paraíba foi um dos estados que mais se destacaram na redução de homicídios no país durante os últimos anos. O levantamento, com dados referentes a 2016, mostra que o estado registrou diminuição gradativa nas taxas de homicídios. A Paraíba saiu do 3º lugar para o 18º posto entre os mais violentos do Brasil. O levantamento aponta que de 2011 a 2016 houve uma redução de 20,4% na taxa de homicídios.
13/08/2018 10h00

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Comissão de Direitos Humanos e Minorias entrega documento sobre atuação de uma organização criminosa na Paraíba

Porém, vários crimes cometidos nos últimos anos continuam sem solução. Entre eles, a execução de um homem em frente de uma agência da Caixa Econômica Federal, em março deste ano, no bairro Cruz das Armas, em João Pessoa. Era José Edson de Solidade, 38 anos. Segundo a polícia, no ano passado, o filho dele também foi assassinado.

Em outro caso, em abril deste ano, um ex-presidiário foi morto a tiros próximo ao Hospital Ortotrauma, na região central da capital. De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi Adriano Medeiros da Silva, 36 anos.

Em outubro de 2017 um traficante foi sequestrado e o carro dele incendiado. Em 2015, em outubro, a diretora da cadeia pública de Ingá, Cordula Veloso Borges, foi morta a tiros dentro de um carro na BR-230. A polícia não descarta as possibilidades de pistolagem ou vingança pelo trabalho dela no combate ao tráfico de drogas. Dois homens foram presos pelo crime, mas não os mandantes.

Dossiê

Esses crimes e muitos outros estão em um documento de 83 páginas que o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado Luiz Couto (PT/PB), entrega nesta terça-feira (14) aos órgãos responsáveis pela segurança pública no estado. O objetivo é dar subsídios e apoio ao trabalho que já vem sendo desenvolvido. 

O documento traz nomes de possíveis envolvidos que formariam uma organização criminosa.

“Estamos falando de uma organização criminosa que atua na região metropolitana de João Pessoa. Um grupo voltado ao tráfico e ao extermínio de pessoas. Uma associação composta por policiais civis, militares, ex-policiais e civis. Nosso documento que ajudar na investigação de crimes e tem uma descrição pormenorizada de alguns desses delitos e uma lista com nomes de pessoas dessa organização criminosa, além do modo de atuação”, esclarece Luiz Couto.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias vai estar às 9h30, de terça-feira (13), na Secretaria de Segurança Pública, para entregar o dossiê. Logo após, será a vez de um encontro no Ministério Público da Paraíba.

Mais números da violência no Nordeste

Ainda segundo o Atlas da Violência 2018, a taxa de homicídios na Paraíba é a segunda menor do Nordeste, com uma média de 33,9 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. O número é maior apenas do que encontrado no Piauí, onde a taxa ficou em 21,8, a terceira menor do país.

Por sua vez, a taxa de Sergipe foi de 64,7, quase duas vezes mais que o contabilizado na Paraíba, de acordo com o estudo. Os estados de Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4) e Pernambuco (47,3) foram seguidos por Bahia (46,9), Ceará (40,6) e Maranhão (34,6), que também apareceram na sequência com registros elevados.

No ano de 2016, a Paraíba foi, ainda, o estado que registrou maior redução de mortes violentas de jovens. Houve uma redução na taxa de homicídios de pessoas de 15 a 29 anos, em relação ao ano anterior. A queda chegou a 15,6%.

Serviço

Defensoria Pública da União na Paraíba, Rua Professor José Coelho, 25, João Pessoa, Centro

Ministério Público do Estado da Paraíba, Rua Francisco Vieira da Costa, Loteamento Raquel Gadelha, Sousa.

 

Pedro Calvi / CDHM