CDHM vai fazer audiência pública para lançar relatório da Human Rights Watch Brasil sobre desmatamento e violência na Amazônia

Na próxima quarta-feira (18/9), a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados promove uma audiência pública para apresentação do relatório da Human Rights Watch Brasil sobre a violência e impunidade na Amazônia brasileira. O encontro acontece a partir das 14h, no plenário 9. O relatório documenta mais de 70 casos de ataques e ameaças, incluindo assassinatos, por madeireiros e grileiros, contra agentes públicos, povos indígenas e outros grupos que defendem a floresta. A pesquisa durou mais de 18 meses, com visitas a estados da região, além de entrevistas com 170 pessoas. Na véspera da audiência pública, o relatório será lançado em São Paulo.
10/09/2019 11h45

Devem   participar   representantes  da  Human Rights Watch Brasil;  Frente Parlamentar Ambientalista; Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão; 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (Meio Ambiente e Patrimônio Cultural) do Ministério Público Federal; 6ª Câmara de Coordenação e Revisão e da Comissão Pastoral da Terra.

Força-tarefa

Outra iniciativa é a força-tarefa Amazônia, criada em agosto de 2018, que conta com 15 procuradores da República do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia. O grupo atua para conter os crimes de desmatamento, violência agrária, mineração ilícita e tráfico de animais silvestres. Nesses 12 primeiros meses, foram seis operações que resultaram em ações penais ajuizadas. Nesse período foram identificados 3.180 hectares desmatados, ou o equivalente a 4.453 campos de futebol. De acordo com informações divulgadas pelos integrantes, o crime organizado que atua desmatando a Amazônia age de maneira violenta, corrupta e na maioria das vezes com apoio de policiais, políticos ou agentes do Estado atraídos por propina. As investigações mostram que, com dinheiro e longe dos centros urbanos, os criminosos vão além da destruição ambiental: passam por grilagem de terras, lavagem de dinheiro, coerção a moradores tradicionais e até trabalho escravo.

Pedro Calvi / CDHM