CDHM realiza audiência sobre estupro nesta quinta-feira (9)
Conforme destaca a deputada, estimavas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que a cada 10 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Registrados, foram 50.320 estupros em 2013. Mas os agentes de segurança acreditam que esse número corresponda a apenas 35% do total. As ocorrências reais chegariam a 143 mil.
E não surpreende esse alto índice de subnotificação, uma vez que a denúncia muitas vezes gera questionamentos sobre a própria vítima, mais que sobre o agressor. Basta lembrar que no caso do estupro coletivo da adolescente carioca a primeira pergunta do delegado foi porque ela estava naquele local. E mesmo com o vídeo que a mostra inconsciente, esse mesmo delegado declarou não ter certeza de que se tratava de abuso.
Uma das participantes da reunião, a fundadora do grupo Vítimas Unidas, Vana Lopes, ressalta que o maior problema ao se lidar com estupros está justamente em não acreditar na vítima. Como exemplo, ela cita o crime ocorrido no Rio. “Agora ela [a adolescente] está sendo vítima de uma violência moral”, afirma.
Vana foi uma das 58 mulheres violentadas pelo médico Roger Abdelmassih e criou o Vítimas Unidas, incialmente, para lutar por justiça contra o agressor. Atualmente, segundo afirma, o trabalho estende-se a mulheres que passaram pelo mesmo problema em todo o País.
Debatedores
Além de Vana Lopes, participam da audiência:
- a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral;
- a integrante do Colegiado de Gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Joluzia Andreia Dantas Vieira Batista;
- a representante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Olaya Hanashiro;
- a professora da Universidade Federal de São Paulo e ex-Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci;
- o promotor do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro responsável por caso recente de estupro coletivo, Márcio José Nobre de Almeida;
- a representante do Movimento Marcha das Mulheres Negras, Clátia Vieira ; e
- a ativista da Articulação de Mulheres Brasileiras, Rogéria Peixinho.
A audiência ocorre às 10 horas, em auditório a confirmar.