CDHM discute amanhã violações de direitos dos atingidos pela barragem de Mariana
Há um mês uma comitiva da CDHM esteve em quatro comunidades comunidades capixabas localizadas na bacia do Rio Doce - Vila do Riacho em Aracruz, Regência em Linhares, Barra Nova em São Mateus e Baixo Guandu - para ouvir a população local sobre como vivem após a tragédia e o que o poder público e a empresa responsável têm feito por eles.
No documento gerado após a diligência constam denúncias dos moradores sobre não serem reconhecidos como atingidos e não receberem indenização e tratamentos adequados, principalmente no âmbito da saúde. Há relatos sobre a existência de elementos tóxicos na água como o arsênio, e aumento nos casos de câncer, doenças de pele e depressão entre os afetados.
A audiência foi requerida pelo presidente da comissão deputado Helder Salomão (PT-ES), e terá a participação da deputada estadual do Espírito Santo Iriny Lopes, do promotor de justiça de Minas Gerais, integrante da força-tarefa atua no caso do rompimento da barragem da Vale em Mariana André Prado, o secretário-geral de Articulação do Institucional da Defensoria Pública da União Renan de Oliveira, a representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Tchenna Maso, o pescador de Conceição da Barra (ES) Leandro Albuquerque e o presidente do Sindicato dos Pescadores do Espírito Santo João Carlos da Fonseca.
ROMPIMENTO
Há quatro anos os jornais anunciaram o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, da mineradora Samarco, localizada em Mariana, Minas Gerais, matando 19 pessoas e lançando milhares de toneladas de lama tóxica no Rio Doce causando destruição à fauna e à flora. A população que sofre influência do rio foi impactada direta e indiretamente. Investigações feitas após o desastre apontam que não foi um acontecimento natural, mas sim consequências da adoção de tecnologias e decisões técnico-administrativas. As responsabilidades criminais já foram apontadas pelo Ministério Público.
Flávia Pinheiro