A AVTSM, em parceria com o coletivo Kiss: Que Não Se Repita, lança a campanha "100 Meses Sem Justiça”
Nesta quinta-feira (27), o incêndio da Boate Kiss completa 100 meses. A tragédia causou a morte de 242 pessoas e feriu outras 630, em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Para marcar a data e prestar homenagens, a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), em parceria com o coletivo Kiss: Que Não Se Repita, lançou a campanha "100 Meses Sem Justiça”.
No último 30 de abril, o Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o deputado Carlos Veras (PT/PE), solicitou ao presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Joel Hernández García, prioridade à petição de notificação do Estado Brasileiro, referente à tragédia da Boate Kiss
Segundo a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, nenhum agente público foi responsabilizado até hoje pelas mortes.
A CDHM atua no caso desde 2015, quando foi realizada audiência pública para tratar do tema. Os familiares cobraram punição às autoridades e argumentaram que a impunidade é mais um entrave para amenizar a dor dos familiares das vítimas. Em 2019, familiares e parlamentares pediram a Raquel Dodge, então Procuradora-Geral da República, a federalização do caso, que foi tratado no âmbito do Observatório de Desastres.
Para não deixar que o caso seja esquecido, a AVTSM iniciou hoje uma série de homenagens, que terá continuidade até a data do julgamento dos réus, no dia 1° de Dezembro.
Voluntários soltaram balões em um ato simbólico, em frente à Boate Kiss, com transmissão pelas redes sociais. Nos próximos meses, também serão realizados bate-papos ao vivo com mães, pais, sobreviventes da tragédia e técnicos que irão analisar todos os aspectos envolvendo o incêndio. No segundo semestre será lançado um documentário relembrando a tragédia e o papel dos responsáveis.
“Esperamos conscientizar a todos sobre o que aconteceu. E que assim tragédias não se repitam. E se fosse seu filho? Pedimos essa reflexão a todos e que essa união pela justiça contribua para que outros não passem por isso. Que não seja em vão”, diz Paulo Carvalho, diretor da AVTSM e pai de uma das vítimas da tragédia.