Nós, defensores de Direitos Humanos, achamos necessário e oportuno manifestar nossa solidariedade à Polícia de São Paulo, expressando veemente indignação pelos atentados brutais que vitimaram policiais honestos, que não compactuaram com grupos criminosos e atuaram como verdadeiros defensores do Direito e da Justiça.

Entendemos que as autoridades devem agir com o máximo rigor admitido pelas leis, para a identificação e punição dos autores intelectuais e materiais dessa barbaridade. Reiteramos, uma vez mais, que a defesa dos Direitos Humanos nunca foi e não será agora um obstáculo às ações rigorosas e eficientes em defesa da sociedade, mas consideramos indispensável uma reflexão sobre os motivos e as condições que contribuíram para essa barbaridade.

Entre essas falhas inclui-se a condição desumana de presídios superlotados, assim como a oscilação entre a arrogância e o descaso de autoridades superiores, no estabelecimento de políticas e na execução de ações de segurança. Entre outras conseqüências graves isso tem facilitado a comunicação entre presos recolhidos em diferentes presídios e entre esses e organizações criminosas. A eliminação dos fatores que favorecem a criminalidade e a punição justa dos criminosos são exigências dos Direitos Humanos.

Nossa solidariedade a todas as famílias das vítimas dos atentados desses últimos dias.

Antonio Carlos Malheiros
Antonio Carlos Fester
Frei Betto
Dalmo Dallari
Denis Mizne
Fabio K. Comparato
Gofredo da Silva Telles
Hélio Bicudo
João Baptista Breda
José Carlos Dias
José Gregori
Marco Antonio Barbosa
Margarida Genevois
Maria Eugênia da Silva Telles
Maria Victória Benevides
Oscar Vilhena
Paulo Mesquita
Paulo Sérgio Pinheiro
Pedro Paulo Martoni Branco
Ricardo Kotscho
Rubens Naves
Luiz Eduardo Greenhalgh