Comissão busca Esclarecimentos sobre a Guerrilha do Araguaia

COMISSÃO BUSCA ESCLARECIMENTOS SOBRE GUERRILHA DO ARAGUAIA

Brasília, 23 de maio de 2005

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) realizará audiência pública para ouvir esclarecimentos sobre a Guerrilha do Araguaia, no dia 1º de junho (quarta-feira), às 14h30, no plenário 9 do Anexo II. O evento atende a dois requerimentos. O primeiro, da deputada Iriny Lopes (PT-ES) e do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), com o objetivo de avaliar depoimentos de nativos da região do rio Araguaia recrutados pelo Exército para atuar contra a guerrilha. O segundo foi proposto pelos deputados Jamil Murad (PC do B-SP) e Luiz Couto (PT-PB), para ouvir o presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Augustino Veit, sobre suspeita de que a ossada identificada como "X-2", em poder dessa comissão, pertença a um dos guerrilheiros.

Ambos os requerimentos resultaram de revelações que vieram a público pela imprensa. A Folha de S. Paulo publicou série de reportagens no final de abril de 2005, de Josias de Souza e Andréa Michael, com os ex-militares do Araguaia, enquanto O Estado de S. Paulo, em sua edição de 31 de março trouxe uma matéria do repórter Leonencio Nossa, a respeito dos restos mortais conhecidos como X-2.

Além do presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, serão ouvidos na ocasião o procurador da República Carlos Alexandre Ribeiro de Souza Menezes, procurador da República no Estado do Pará, que está colhendo depoimentos dos ex-militares do Araguaia, o jornalista Josias de Souza, um dos autores da citada reportagem, Crimeia de Almeida Schimitd, da Comissão de familiares de mortos e desaparecidos políticos, e Suzana Keniger Lisboa, representante dos familiares junto à Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

A deputada Iriny Lopes considerou necessária a CDHM colher os depoimentos "porque se referem a um episódio importante de nossa história recente ainda envolto em mistério". Por sua vez, o deputado Jamil Murad quer contribuir para "elucidar os fatos veiculados sobre a suspeita de que a ossada seria de um dos opositores da ditadura militar desaparecidos no Sul do Pará".

Márcio Marques de Araújo — Secretário da Comissão de Direitos Humanos e Minorias