CDHM Mapeará Percentual de Negros Trabalhando em Bancos
CDHM Mapeará Percentual de Negros Trabalhando em Bancos
Brasília, 5 de setembro de 2006
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Ministério Público do Trabalho, a ong Educafro e a Confederação Nacional dos Trabalhandores do Ramo Financeiro (Contraf) vão mapear a participação de negros nas agências bancárias brasileiras. A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira, em reunião com a participação de todas estas entidades, realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. O "Mapa da Diversidade" servirá de base para se firmar o " Pacto da Diversidade" que pretende aumentar nas intituições bancárias a participação de negros em seus quadros.
O Mapa da Diversidade também apresentará dados sobre a participação de mulheres e deficientes físicos trabalhando nos bancos e três critérios terão que ser levados em conta na elaboração do mapa: o percentual de admitidos, a ascenção funcional e a remuneração.
A iniciativa de se discutir o assunto no âmbito da CDHM, foi do vice-presidente da comissão, deputado João Alberto (PT-BA), preocupado com os baixos índices de admissão de negros no setor financeiro e também com a dificuldade de ascenção profissional dos afro-descendentes nas intituições bancárias.
A reunião, mediada pelo presidente da CDHM, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) também contou com a presença de representantes dos bancos Itau, Bank Boston e HSBC, que firmaram acordo para contribuirem com a elaboração do mapa e do pacto.
Greenhalgh destacou a necessidade urgente de se corrigir as distorções no segmento bancário com a inclusão imediata dos negros já capacitados neste mercado de trabalho. "Além disso são necessárias ações afirmativas para que esse quadro de discriminação hoje existênte, se reverta", destacou o deputado.
O autor da proposta, deputado Luiz Alberto, enfocou a necesidade de dar atenção às regiões norte e nordeste no país, onde a população negra é mais presente e onde a discriminação se torna mais evidente.
O vice-procurador do Ministério Público do Trabalho, Otávio Brito, disse que há necessidade de resultados nas políticas que os bancos alegam já estarem implantando para reduzir a desigualdade. " nesse caso, temos que pensar como banqueiros. Precisamos de ver resultados. Precisamos ver negros trabalhando nessas agências".