Movimento de trabalhadores pede participação da CDHM na apuração de crime em Minas Gerais

Na noite do dia 4 março (quinta-feira), o ativista social pelo direito à moradia Daniquel Oliveira Silva foi morto com um tiro na nuca enquanto fazia o conserto de um ponto de luz na ocupação Fidel Castro, em Uberlândia (MG). Daniquel era integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. De acordo com testemunhas, ele foi atingido por policiais que estavam numa viatura e chegaram ao local procurando pelo líder. A Polícia Militar afirma que, ao localizarem Daniquel, em um matagal, ele estava armado e apontado a arma para os policiais. Neste momento houve tiroteio. A versão da polícia é contestada pelo MTST.
18/03/2020 10h57

MTST

Movimento de trabalhadores pede participação da CDHM na apuração de crime em Minas Gerais

Com Daniquel estava Adilson da Silva, também da ocupação Fidel Castro. Testemunhas relatam que ele foi preso e ameaçado de morte.

Já na sexta-feira (5) a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) enviou ao procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Antônio Sérgio Tonet, e ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, general Mário Araújo, ofícios solicitando providências na apuração do caso. A CDHM pede a apuração das denúncias de excessos na ação policial e sobre a possível participação da PM na morte de Daniquel.

“Mais uma vez a CDHM recebe denúncia de que a violência policial desmedida acaba em morte. Segundo relatos, Daniquel estava algemado quando foi alvejado pela polícia. Essa versão precisa ser apurada com rigor. O Estado brasileiro  ser conivente com crimes cometidos por agentes públicos”, afirma Helder Salomão (PT/ES), presidente da CDHM.

 

Histórico

Em setembro do ano passado, a CDHM fez diligência para apurar denúncias de violação de direitos humanos e ameaças de morte em acampamentos do MTST na mesma região. A Comissão esteve nos acampamentos Beira Rio e Arco Iris. Em 2019 o Movimento denunciava um agravamento dos conflitos na macrorregião do Triangulo Mineiro, com aumento do número de lideranças ameaçadas, falta de assistência do poder público e risco de iminente despejo.