Stédile: “manobra para blindar Moreira mostra desespero do governo”
“As ponderações do governo são frágeis e não encontram nenhum amparo regimental. Em vez de enfrentarem uma crise que atinge milhões de brasileiros que enfrentam filas quilométricas para abastecer seus carros, preferiram fugir do debate”, criticou Stédile.
A Questão de Ordem alega que não foi dada publicidade à inclusão do requerimento na reunião deliberativa da última quarta-feira. No entanto, as lideranças e gabinetes receberam a pauta da CDC na tarde de sexta-feira – dentro, portanto, do prazo estipulado pelo recém-aprovado Acordo de Procedimentos das comissões, segundo o qual os requerimentos devem ser recebidos na Secretaria da Comissão até as dezoito horas do dia anterior à reunião.
Além disso, é falsa a afirmação de que a convocação aprovada é uma matéria nova, pois o requerimento original menciona convite. “A matéria, que é a presença de Moreira Franco, não mudou. O que foi alterado, e pelo plenário soberano da CDC, foi a forma que se daria a vinda do ministro”, disse Stédile. O governo alegou inclusive que o autor do requerimento deve ser avisado com antecedência mínima de três sessões. “Ora, como é possível eu mesmo redigir o requerimento não estar sendo comunicado?”, questionou o presidente da CDC.
Para Stédile, também causa estranheza que o prazo para resposta da Questão de Ordem tenha sido fixado em apenas 24 horas, quando a praxe é de 10 a 15 dias. “Como não desconfiar de um questionamento com tal gravidade e que foi entregue na Comissão na tarde de uma quinta-feira, quando é sabido que os deputados já estão nos seus estados?”, protestou.
Stédile disse que confia na isenção da Presidência para analisar a resposta da CDC e posicionar-se com isenção.