Stédile: “manobra para blindar Moreira mostra desespero do governo”

O presidente da CDC classificou como “manobra desesperada e absurda” a tentativa de impedir a convocação do ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para falar sobre a crise dos combustíveis na Câmara, aprovada na última quarta-feira (23) por unanimidade pela Comissão. Para José Stédile, a decisão do deputado e vice-líder do Governo Valtenir Pereira, que apresentou Questão de Ordem para anular a aprovação do Requerimento 235/18, mostra o desespero da base aliada e do Palácio do Planalto.
25/05/2018 12h20

Stédile: “manobra para blindar Moreira mostra desespero do governo”

Presidente da CDC, deputado Jose Stedile, autor da convocação de Moreira

“As ponderações do governo são frágeis e não encontram nenhum amparo regimental. Em vez de enfrentarem uma crise que atinge milhões de brasileiros que enfrentam filas quilométricas para abastecer seus carros, preferiram fugir do debate”, criticou Stédile.

A Questão de Ordem alega que não foi dada publicidade à inclusão do requerimento na reunião deliberativa da última quarta-feira. No entanto, as lideranças e gabinetes receberam a pauta da CDC na tarde de sexta-feira – dentro, portanto, do prazo estipulado pelo recém-aprovado Acordo de Procedimentos das comissões, segundo o qual os requerimentos devem ser recebidos na Secretaria da Comissão até as dezoito horas do dia anterior à reunião.

Além disso, é falsa a afirmação de que a convocação aprovada é uma matéria nova, pois o requerimento original menciona convite. “A matéria, que é a presença de Moreira Franco, não mudou. O que foi alterado, e pelo plenário soberano da CDC, foi a forma que se daria a vinda do ministro”, disse Stédile. O governo alegou inclusive que o autor do requerimento deve ser avisado com antecedência mínima de três sessões. “Ora, como é possível eu mesmo redigir o requerimento não estar sendo comunicado?”, questionou o presidente da CDC.

Para Stédile, também causa estranheza que o prazo para resposta da Questão de Ordem tenha sido fixado em apenas 24 horas, quando a praxe é de 10 a 15 dias. “Como não desconfiar de um questionamento com tal gravidade e que foi entregue na Comissão na tarde de uma quinta-feira, quando é sabido que os deputados já estão nos seus estados?”, protestou.

Stédile disse que confia na isenção da Presidência para analisar a resposta da CDC e posicionar-se com isenção.