Venda de dados pessoais na internet é perigoso e pode levar a abusos, afirma Rodrigo Martins

Menos de 8 centavos de dólar por pessoa. Esse, segundo o jornal El País, é quanto empresas interessadas nas informações de internautas pagam para montar seus próprios bancos de dados. Essas informações são posteriormente usadas para mapear perfis específicos com hábitos de compras, preferências pessoais e até orientação política de milhões de pessoas – o chamado ‘Big Data’.
05/05/2017 18h55

A venda de dados da internet, que antes era feita com reservas, hoje é negociada às claras. “O fato de se poder comercializar essas listas e de que elas possam acabar chegando a pessoas indevidas torna possível que sejam usadas em iniciativas que poderiam atingir os direitos humanos, como a criação de perfis sofisticados que podem atentar contra a privacidade”, alertou o diretor de comunicação da Anistia Internacional na Espanha, Miguel Ángel Calderón.

A possibilidade de uso indevido de dados de cidadãos motivou o presidente da Comissão de defesa do Consumidor, deputado Rodrigo Martins, a apresentar requerimento de Audiência Pública para discutir o assunto. “A forma como as informações estão coletadas dados permite fazer previsões sobre os indivíduos e a sociedade em geral. Isto é muito perigoso e precisamos intervir para coibir o abuso no uso dessas informações. Afinal milhões de brasileiros usam Facebook, Google e outros sites que coletam dados”, destacou Rodrigo Martins

A audiência pública - já aprovada na comissão - deve ser agendada para breve e contará com a presença do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, além de representantes do Comitê Gestor da Internet, do Coletivo Brasil de Comunicação Social e da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB